Roubos a camiões de mercadorias fazem aumentar prémios de seguro

  • Francisca Pinto Goncalves
  • 7 Janeiro 2024

David Sousa da SEMPER e Ricardo Arroyo, da Lusocargo aconselham os transportadores a trabalhar na mitigação de risco analisando bem e atualizando contratos de seguros de mercadorias.

Foram registados cerca de 500 furtos a camiões de mercadorias em Espanha nos três primeiros trimestres de 2023, afetando as empresas portuguesas visto que veículos que partem ou chegam a Portugal muitas vezes passam por Espanha, um dos países com mais registos de assaltos segundo os dados da TAPA EMEA, a Associação da indústria de segurança e resiliência da cadeia de abastecimento.

David Sousa, o Diretor da SEMPER, dá conta que as apólices de seguro estão a ser ajustadas devido ao aumento do risco de roubo a transportes de mercadorias.

Portugal não é exceção, exemplo disso é a detenção de três pessoas em Vila Real pela GNR por se dedicarem ao roubo de veículos de mercadorias cujo valor estimado de perdas é de 240 mil euros e o roubo 15 paletes de calças de ganga da Salsa de um camião que estava estacionado na rua, cujos prejuízos deverão rondar as dezenas de milhares de euros, em Guimarães.

Assim, o elevado volume diário de cargas, a circulação entre diferentes mercados e a necessidade de uma resposta eficaz às necessidades das empresas “exige precauções”, disse Ricardo Arroyo, Diretor de Transporte Rodoviário do Grupo BBL e Administrador da Lusocargo ao ECOseguros. Afirmando que o setor rodoviário está a apostar “em soluções de seguros cada vez mais abrangentes, antecipando e evitando novos riscos para cada transporte”.

Segundo David Sousa, o Diretor da SEMPER, agência de subscrição ou MGA (managing general agent) do grupo de distribuição de seguros F.Rego, o transporte rodoviário “regista um elevado número de incidências de furto/roubo de mercadorias em trânsito”. Afirmando ainda que as redes criminosas usam métodos mais sofisticados de roubo “que passam pela criação de empresas fictícias ou a aquisição de empresas estabelecidas no mercado, com vista ao desvio de mercadorias de valor elevado”.

A Lusocargo está a apostar em soluções de seguros cada vez mais abrangentes, “antecipando e evitando novos riscos para cada transporte”.

Assim, o potencial bastante gravoso (sinistro de valor elevado) dos sinistros de furto ou roubo, que “acontece com mais frequência e severidade do que as perdas motivadas por acidentes ou incêndio,” faz com que as companhias de seguro ajustem os seus prémios.

O diretor indica que a maioria dos roubos de mercadorias ocorrem nas paragens de descanso dos motoristas e os seguros de mercadorias podem ser “boa solução de seguro mitigar” as perdas materiais.

“No entanto, é importante referir que cada vez mais existe um cuidado dos elementos integrantes da cadeia de transporte, em exigirem a implementação de meios e medidas de segurança mais robustos, por parte dos seus fornecedores, com vista a uma maior proteção das suas mercadorias. Esta exigência colide com a falta de locais de parqueamento que ofereçam as condições de segurança necessárias para viaturas pesadas”, declara o dirigente.

De acordo com o diretor, “os seguros de transporte e logística, multirriscos ou os seguros de responsabilidade civil serão essenciais para os diferentes players do setor, ao cobrirem os mais diversos riscos que podem afetar a atividade transitária”. Realçando ainda a importância da mitigação dos riscos de furto e roubo pelos envolvidos na cadeia de transporte, “na medida em que cada vez mais assistimos a reclamações que procuram afastar, por via judicial ou extrajudicial, os limites definidos em lei ou convenção, para além de as próprias seguradoras restringirem mais e mais o âmbito de aplicação da cobertura, através do cumprimento de obrigações contratuais.”.

Assim David Sousa, aconselha as empresas transportadoras a contratualizar seguros que cubram as suas necessidades e que “analisem cuidadosamente as condições que estão a contratar, não apenas para contratarem a melhor solução possível, mas também para terem conhecimento dos limites existentes e, assim, poderem implementar outras medidas que visem reduzir o risco que correm.”.

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