BCP avança com emissão de dívida perpétua antes de reembolsar 400 milhões aos investidores
O BCP está no mercado para realizar uma emissão de dívida que conta para os rácios de capital. Operação servirá para refinanciar o reembolso de 400 milhões dos chamados AT1 no final do mês.
O BCP está no mercado para uma emissão de dívida com características de fundos próprios. A operação dependerá das condições do mercado, segundo informou ao mercado, e servirá para refinanciar o reembolso antecipado de 400 milhões de euros em títulos AT1 a acontecer no final do mês.
O banco mandatou o Barclays, BNP Paribas, Bank of America e o Deutsche Bank para sondar o apetite de investidores qualificados. “Dependendo das condições de mercado, o banco poderá decidir realizar em seguida uma emissão de títulos representativos de fundos próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1)”, segundo disse em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta quarta-feira.
Estes títulos de dívida subordinados perpétuos visam proteger o banco em caso de eventuais problemas no futuro, e são chamados em primeiro lugar — após o capital — para absorver eventuais perdas.
A emissão do BCP contará com uma taxa fixa (ainda por definir), com possibilidade de reembolso antecipado a partir do final do quinto ano, existindo ainda “um mecanismo de redução temporária do respetivo valor nominal em caso de verificação de um nível de fundos próprios principais de nível 1 (CET1), em base individual ou consolidada, abaixo de 5,125%”.
Esta emissão surge numa altura em que o banco liderado por Miguel Maya se prepara para fazer o reembolso antecipado de títulos semelhantes que emitiu em 2019, num montante de 400 milhões de euros, e pelos quais paga uma taxa de juro superior a 9%. A operação terá lugar no final deste mês.
Como o ECO revelou em novembro, o BCP estava a avaliar fazer o reembolso antecipado dos AT1 emitidos em 2019 através de uma nova emissão, o que deverá mesmo acontecer. A outra opção passaria por usar fundos próprios, mas teria impacto na política de dividendos.
O BCP chegou a setembro com lucros de 650,7 milhões de euros, com o resultado a crescer sete vezes face ao mesmo período do ano passado, à boleia da subida da margem financeira. O bom desempenho permitiu reforçar os rácios de capital para quase 15% (CET1), criando uma almofada de capital importante para a distribuição de dividendos.
O banco já assumiu que poderá pagar até 40% dos lucros no próximo ano. As contas anuais serão apresentadas no dia 26 de fevereiro.
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