PCP quer aumento geral de salários de 15% com um mínimo de 150 euros
Secretário-geral dos comunistas defende que "é preciso resolver o problema dos salários agora, porque agora é que as pessoas precisam de salários para pagar as contas".
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu esta sexta-feira um aumento geral de salários de 15% para ajudar os portugueses a enfrentarem o aumento do custo de vida e assegurou que a medida não põe em causa as contas públicas.
“Nós acompanhamos a proposta da CGTP: um aumento salarial de 15% que tenha no mínimo 150 euros de aumento. E uma solução, um caminho, que implemente durante este ano o salário mínimo nacional na ordem dos 1.000 euros, porque é agora que ele faz falta, não é em 2028”, disse.
“Não vale a pena — desculpem a expressão – empurrar com a barriga, com aquelas ideias mirabolantes de que em 2028 é que vai ser. Não. É preciso agora. É preciso resolver o problema dos salários agora, porque agora é que as pessoas precisam de salários para pagar as contas”, reiterou Paulo Raimundo.
Para o líder comunista, que falava aos jornalistas durante uma iniciativa junto dos trabalhadores da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal, é igualmente necessário “dar resposta nos acessos ao Serviço Nacional de Saúde, valorizando quem lá trabalha, responsabilizar a banca — que regista 12 milhões de euros de lucros por dia — para fazer face ao aumento das taxas de juro e travar a lei das rendas e dotar o país de uma rede pública de creches”.
Confrontado com o impacto que um aumento de salários de 15% e todas as outras medidas defendidas pelo PCP teriam na despesa do Estado, Paulo Raimundo considerou que este conjunto de medidas depende de opções políticas e deu alguns exemplos de áreas em que poderia haver poupança.
“O problema das contas certas é que as contas certas são sempre para os mesmos, porque nós temos os principais grupos económicos com 25 milhões de euros de lucros por dia (…), temos um Orçamento do Estado, que entrega 1.600 milhões de euros em benefícios fiscais aos tais grupos económicos que têm os 25 milhões de euros de lucros por dia, temos um Orçamento do Estado que transfere mais de metade do orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – 8 mil milhões de euros – para o negócio privado da doença”, disse Paulo Raimundo, questionando onde estão as contas certas.
Quanto ao protesto das forças de segurança da PSP e da GNR, pelo facto de o Governo ter aumentado significativamente o subsídio de risco apenas para a Polícia Judiciária, o líder do PCP disse compreender bem as “justas reivindicações e preocupações das forças de segurança”.
“Eu diria que nós tivemos, inexplicavelmente, uma cerejinha no topo do bolo, que veio desencadear isto tudo, que foi a decisão, correta, de o Governo ter atribuído — e bem – um aumento do subsídio de risco à Polícia Judiciária, mas que, inexplicavelmente, deixou de fora o resto das forças de segurança. Não consigo perceber”, disse Paulo Raimundo, reiterando a ideia de que também neste caso não se trata de uma questão de falta de dinheiro, mas de opções políticas.
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