Na literacia financeira, os jovens chineses são os melhores

Na quarta edição do inquérito da OCDE que testa a literacia financeira dos jovens de 15 anos de 15 países, os resultados apontam para um baixo grau de conhecimento.

A literacia financeira é um assunto estranho a muitos jovens, mas há países quem conseguem sobressair pela positiva. E neste âmbito, os jovens chineses são vencedores. A China lidera o ranking da OCDE dos países cujos jovens demonstram mais conhecimentos para lidar com questões relacionadas com dinheiro.

Os resultados da quarta edição do estudo PISA “Literacia Financeira dos Estudantes”, referente a 2015, mostram que 33% dos jovens chineses o nível cinco (o mais elevado) no que toca a competências em literacia financeira. Entre os melhores estão também os alunos da comunidade flamenga, na Bélgica, com 24% dos participantes nesta avaliação a atingirem o nível máximo de desempenho no teste do PISA. Já o Brasil destaca-se com o pior desempenho entre os 15 países que participaram neste estudo. No universo de estudantes com 15 anos de idade considerados nesta avaliação, apenas 3% corresponderam ao mais elevado grau de avaliação de conhecimentos relacionados com a temática da literacia financeira.

Neste estudo de grandes dimensões, cuja primeira avaliação ocorreu em 2012, foram avaliados os conhecimentos relacionados com o dinheiro e a sua gestão de estudantes de dez países da OCDE — Austrália, Bélgica (comunidade flamenga), sete províncias do Canadá, Chile, Itália, Holanda, Polónia, Eslováquia, Espanha e EUA — e de outros cinco países, onde se inclui a China (Pequim, Xangai, Jiangsu e Quangdong), o Brasil, a Lituânia, o Peru e a Rússia. Portugal é um dos países que fica de fora desta análise.

Ranking de avaliação da literacia financeira

Fonte: OCDE (estudo “Literacia Financeira dos Estudantes”, PISA 2015)

Os resultados do estudo apontam para um baixo nível global de conhecimentos das matérias relacionadas com a literacia financeira por parte dos mais jovens. Em média, no que respeita aos países da OCDE considerados, os resultados indicam que 22% dos estudantes não dispõem de conhecimentos considerados básicos, nessa matéria (ou seja, nível 2). Não atingem esse nível de avaliação onde cabem o reconhecimento de diferenças entre necessidades e desejos, a tomada de simples decisões relacionadas com gastos do dia-a-dia, bem como o reconhecimento dos propósitos de documentos financeiros básicos, como uma fatura. No lado oposto, apenas 12% dos estudantes revelaram graus elevados de literacia financeira (nível 5). Estes alunos são capazes de tomar decisões financeiras complexas que serão relevantes para o seu futuro. Conseguem descrever o resultado potencial de decisões financeiras e mostrar conhecimento de um vasto espetro financeiro, como os impostos sobre o rendimento.

Não sendo possível identificar a realidade dos jovens portugueses, o exemplo mais próximo em termos geográficos — Espanha — não apresenta resultados muito otimistas. Os estudantes espanhóis estão abaixo da média, figurando em décimo lugar no ranking de literacia financeira.

“Os dados do PISA 2015 mostram que muitos estudantes em todo o mundo não conseguem atingir um nível básico de proficiência. Mesmo em países e economias que se situam em linha ou acima da média da OCDE – incluindo Austrália, Itália, Holanda, Polónia e Estados Unidos – pelo menos um quinto dos estudantes têm desempenho abaixo do nível de proficiência básico. Isso significa que esses alunos não podem sequer reconhecer o valor de um orçamento simples ou entender a relação entre o quanto um veículo é usado e os custos incorridos dessa utilização”, refere o estudo.

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