APA fica sem liderança até à chegada do novo Governo. Lacasta sai no final do mês

Até à chegada do novo Executivo, a Agência Portuguesa do Ambiente ficará sem presidente. Tutela não vai lançar concurso nem nomear um nome em regime de substituição.

Nuno Lacasta está de saída da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e, segundo o Governo, não há intenções de lançar um concurso para o preenchimento da vaga — nem em regime de substituição. Essa decisão ficará nas mãos do próximo Executivo.

O responsável que está à frente da APA desde 2012 é um dos nove arguidos no âmbito da Operação Influencer, mas de acordo com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, esse não terá sido o motivo pelo qual Lacasta decidiu abandonar o cargo. Na verdade, a vontade já tinha sido partilhada com a tutela antes do caso chegar à esfera pública, em novembro último.

Tal como o Expresso revelou, Nuno Lacasta deverá abandonar a presidência da APA até ao final do mês de janeiro. E ao ECO/Capital Verde, o fonte oficial do Ministério do Ambiente, que tutela a APA, confirma que “este Governo não tenciona nomear ninguém para substituir o presidente da APA“, indicando que essa decisão terá de ser tomada pelo próximo Executivo que assumir funções após as eleições de 10 de março.

A opção de preencher a vaga com alguém em regime de substituição — “um problema” identificado pela própria presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), Maria Júlia Ladeira, em 2021 — também não será contemplada pelo Governo uma vez que “as funções de direção da APA continuarão a ser asseguradas pelos restantes membros do conselho diretivo”, assegura o gabinete de Duarte Cordeiro.

Nuno Lacasta está à frente da Agência Portuguesa do Ambiente desde 2012 que, na altura, estava sob a tutela de Assunção Cristas. Foi reconduzido na liderança da APA em 2019, tendo mandato previsto até 2024. ​

A associação ambientalista Zero já tinha apelado que a direção da APA fosse substituída até ao passado dia 15 de janeiro, dia em que a Assembleia da República foi dissolvida, acusando a agência de “má conduta”, “degradação da gestão dos resíduos”.

Para a associação liderada por Francisco Ferreira, “já há algum tempo” que tem notado uma “má condução e decisão em processos de avaliação de impacte ambiental“. A título de exemplo, é referida a aprovação para a exploração Mina do Romano em Montalegre, pela Lusorecursos, e a “luz verde” dada ao projeto do centro de dados da Start Campus, em Sines, onde se viabilizou sem avaliação de impacte ambiental (AIA) a fase 1 do projeto e se efetua uma avaliação da fase 2 a 6, com a fase 1 já em construção. Os dois projetos estão a ser investigados no âmbito da Operação Influencer.

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