Chineses da Fosun colocam à venda 5,6% do BCP
Grupo chinês colocou à venda uma posição de até 5,6% do BCP, avaliada em cerca de 240 milhões de euros. Banco liderado por Miguel Maya foi informado que Fosun pretende manter mais de 20%.
O grupo chinês Fosun colocou à venda uma participação de 5,6% do capital do BCP BCP 0,00% , avaliada em cerca de 240 milhões de euros, através de “um processo de accelerated bookbuilding dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados”, segundo adiantou o banco em comunicado enviado ao mercado.
“O BCP foi informado que a intenção da Fosun é de manter uma participação acima dos 20%, permanecendo como acionista de referência”, adianta fonte oficial do banco liderado Miguel Maya ao ECO.
Com esta venda, a Fosun vai ficar com uma participação de 20,04% do BCP, correspondentes a mais de três mil milhões de ações, mantendo-se como maior acionista do banco português, ainda à frente dos angolanos da Sonangol (19,45%).
O grupo chinês chegou a deter 29,45% do capital do BCP em junho do ano passado e agora percebe-se que vendeu, entretanto, uma posição de cerca de 4% antes de anunciar esta operação.
"O BCP foi informado que a intenção da Fosun é de manter uma participação acima dos 20%, permanecendo como acionista de referência.”
De resto, há muito que se especulava que o grupo chinês poderia começar a desinvestir no mercado português em face o peso da sua dívida de quase 40 mil milhões de euros. Em Portugal, a Fosun detém ainda a Fidelidade, que tem em curso uma oferta pública inicial (IPO) do seu negócio de saúde, a Luz Saúde, num negócio avaliado em mil milhões de euros.
Ao ECO, fonte oficial da Fosun indica que “os investimentos em Portugal, como a Fidelidade, continuarão a ser componentes muito importantes” e que “a venda de ações do BCP é um comportamento de investimento normal e uma operação financeira, e não deve ser interpretada como um sinal de que a Fosun deixou de estar otimista em relação ao mercado português sob quaisquer circunstâncias”.
O BCP fechou a sessão desta segunda-feira nos 0,2875 euros por ação. A Fosun está a vender 846 milhões de títulos, uma posição avaliada em 243,2 milhões de euros.
A Fosun entrou no capital do BCP em 2016, numa das fases mais críticas da reestruturação levada a cabo pelo banco português na última década, depois da crise da dívida soberana ter provocado uma forte instabilidade na banca portuguesa, marcada pelas quedas do BES e do Banif.
Agora, o desinvestimento parcial da Fosun surge numa altura em que os bancos estão a ter bons resultados à boleia da subida das taxas de juro e quando se espera que já tenham atingido o pico. As ações do BCP duplicaram de valor em 2023.
O BCP chegou a setembro com lucros de 650,7 milhões de euros, com o resultado a crescer sete vezes face ao mesmo período do ano passado, à boleia da subida da margem financeira. O bom desempenho permitiu reforçar os rácios de capital para quase 15% (CET1), criando uma almofada de capital importante para a distribuição de dividendos.
O banco já assumiu que poderá pagar até 40% dos lucros no próximo ano. As contas anuais serão apresentadas no dia 26 de fevereiro.
(Notícia atualizada às 18h15)
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