Maior aeroporto em Madrid benéfico mas mostra “falta de alternativas” em Lisboa
Presidente da AHP alerta que "eventuais atrasos em Portugal e a falta de alternativas até a conclusão do novo aeroporto acarretam perdas de competitividade para a economia portuguesa".
O aumento de capacidade do aeroporto de Madrid pode trazer “potenciais benefícios” para Portugal, mas a “falta de alternativas” até à conclusão do novo aeroporto de Lisboa acarreta “perdas de competitividade”, disse o presidente da AHP.
Em resposta à Lusa, Bernardo Trindade, que lidera a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse que “o aumento, agora divulgado, da capacidade do aeroporto de Madrid irá trazer, naturalmente, vantagens para Espanha e para as suas regiões”.
Segundo o líder associativo, “considerando a proximidade, há potencial benefício para Portugal, especialmente nas chegadas de destinos mais distantes, como é o caso do Oriente, e de onde não existem voos diretos para Portugal”.
“No entanto, torna-se evidente, mais uma vez, que eventuais atrasos em Portugal e a falta de alternativas até a conclusão do novo aeroporto acarretam perdas de competitividade para a economia portuguesa, sobretudo pelo peso que o turismo tem para o país”, disse.
O aeroporto de Madrid vai aumentar a sua capacidade em 28% até 2031, para 90 milhões de passageiros anuais, na sequência de um investimento de 2.400 milhões de euros, anunciou o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, na semana passada.
Trata-se do “maior investimento da última década em infraestruturas aeroportuárias em Espanha”, disse Sánchez, durante uma visita à Feira Internacional de Turismo de Madrid (FITUR), considerada a maior do mundo do setor.
“Vamos transformar o aeroporto de Madrid num dos maiores aeroportos da União Europeia e, portanto, do mundo, com vocação de se consolidar como centro de ligações entre a Europa e a América Latina e também a Ásia”, acrescentou.
Depois de sublinhar que em 2023 Espanha alcançou números recorde de turismo, tanto a nível de visitantes, como de receitas e de emprego no setor, Sánchez considerou que as infraestruturas são determinantes para o país ser e continuar a ser “uma potência mundial de turismo”.
Segundo afirmou, o aeroporto de Madrid gera atualmente, de forma direta ou indireta, quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da região de Madrid e a ampliação “vai traduzir-se num forte crescimento de capacidade e de rotas”, assim como na criação de milhares de empregos novos.
“Com este investimento, vamos fortalecer a liderança do hub com a América Latina e vamos desenvolver o hub com a Ásia, com novas rotas e linhas, essa é a nossa ambição”, afirmou.
Os aeroportos de Espanha tiveram em 2023 um recorde de 283,2 milhões de passageiros (turistas e não só), revelou a empresa AENA, que gere os 48 aeroportos civis do país.
O aeroporto de Madrid foi o que teve maior número de passageiros no ano passado (60,2 milhões de pessoas, mais 18,9% do que em 2022), seguido pelos de Barcelona (49,9 milhões, mais 19,9%).
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