UBS antecipa para maio primeiro corte das taxas pela Fed. BCE só deverá baixar juros no verão
O economista-chefe do UBS antecipa que o BCE só deverá começar a baixar taxas de juro no verão, depois da Fed, e que ambos os bancos centrais realizem três ou quatro cortes em 2024.
O banco suíço UBS antecipa que a Reserva Federal norte-americana (Fed) não altere a sua política monetária no curto prazo. “É pouco provável que o Presidente da Reserva Federal, Powell (que não é economista), peça desculpa por erros políticos do passado”, referiu Paul Donovan, economista-chefe do UBS, esta quarta-feira no seu comentário diário.
Além disso, Donovan antecipa que “o primeiro corte por parte da Fed só ocorra em maio”, enquanto o BCE “deverá cortar as taxas de juro pela primeira vez em junho ou julho”, comentou esta quarta-feira o economista-chefe num encontro com os jornalistas em Lisboa, adiantando ainda que o BCE e a Fed deverão fazer “três a quatro cortes das taxas de juro este ano.”
No entanto, salientou que “economicamente, os cortes do BCE deveriam acompanhar a Fed”, mas “o problema é que o Conselho do BCE são 22 pessoas que se encontram duas vezes por mês e, por isso, é difícil tomar decisões rapidamente, como vimos com as subidas das taxas”.
Esta visão do economista-chefe do UBS vai ao encontro da perspetiva que apresentou há cerca de dois meses por ocasião da apresentação do outlook do banco, com Donovan a antecipar uma “espécie de competição entre os dois [Fed e BCE] para ver qual será o primeiro a cortar as taxas”.
Recorde-se que esta quarta-feira realiza-se a primeira reunião de 2024 do Comité de Política Monetária da Fed que deverá anunciar a manutenção do atual nível das Fed Funds, como resultado da atividade económica e o mercado de trabalho nos EUA continuarem sólidos,
Apesar de considerar que o comportamento do BCE deverá ser mais tardio do que deveria, Donovan não antevê que isso possa criar problemas para a economia europeia. “Seria um pouco melhor se avançassem mais cedo, mas como o processo de tomada de decisão é bastante ineficaz, penso que demoram mais tempo a tomar a decisão correta”, diz.
Nos mercados, o impacto deste maior conservadorismo dos bancos centrais, que foi notoriamente defendido pelos presidentes do BCE, Fed e Banco de Inglaterra em junho no Fórum BCE, em Sintra, não deverá surtir comportamentos demasiado voláteis nas bolsas.
“Assim que a Fed aliviar a pressão, os mercados vão considerar que o BCE também o fará”, refere Donovan, sublinhando ainda que “o mercado obrigacionista refletirá muito rapidamente a ideia de que o BCE vai baixar as taxas.”
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