Líder do BCE vê inflação no caminho certo, mas espera por mais dados para confirmar tendência
Lagarde destaca que os dados económicos mostram que a inflação está a dirigir-se para a meta fixada pelo banco central, mas defende que ainda é preciso mais informação para confirmar esta trajetória.
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, adiantou esta manhã no Parlamento Europeu que os dados económicos indicam que a inflação está a recuar em direção ao target de 2% da autoridade monetária do euro, mas alertou que ainda é preciso mais informação para confirmar esta trajetória.
“Os dados mais recentes confirmam o processo de desinflação em curso” e espera-se que esta trajetória de descida continue ao longo de 2024, destacou Lagarde, numa audição no Parlamento Europeu. “O atual processo de desinflação espera-se que continue, mas o Conselho de Governadores precisa estar confiante que nos levará de forma sustentável à nossa meta de 2%“, insistiu a presidente do BCE.
O BCE não mexe nas suas taxas de juro desde setembro, altura em que colocou as subidas em pausa, depois de a inflação ter iniciado uma trajetória descendente. De acordo com uma apresentação partilhada pela responsável, a inflação caiu “substancialmente” em 2023 e “continuou a cair em janeiro de 2024”.
Apesar dos sinais positivos nos números da inflação, Christine Lagarde tem sido moderada no discurso, apontando o início de um ciclo de descida de taxas de juro apenas para depois do verão.
Estas indicações reiteradas pela presidente do BCE já conduziram a um ajuste de expectativas no mercado. Os investidores estão a descontar agora cortes de juros de 113 pontos base este ano, abaixo dos 150 pontos previstos apenas umas semanas antes.
Parte do conservadorismo assumido pelo banco central é justificada pela pressão dos salários. “O crescimento dos salários continua forte e espera-se que se torne um motor cada vez mais importante da dinâmica da inflação nos próximos trimestres, a refletir mercados de trabalho restritivos e as exigências dos trabalhadores por compensação da inflação”, explicou Lagarde.
Ainda assim, a responsável antecipa que esta pressão vá aliviando ao longo do ano. Ainda assim, Lagarde argumenta que a entidade precisa de ver o resultado dos acordos salariais a serem alcançados no primeiro trimestre deste ano antes de poder ter a certeza de que o crescimento do rendimento não exercerá uma pressão ascendente indevida sobre os preços.
Quanto à economia, o BCE refere que os indicadores económicos mostram uma atividade económica moderada no curto prazo, mas prevê-se uma recuperação a prazo.
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