Juros do crédito da casa sobem pelo 23.º mês seguido para valor mais alto em 15 anos
Juros dos contratos de empréstimo à habitação continuaram a escalada no arranque do novo ano, atingindo o valor mais elevado em 15 anos, mas estão a abrandar.
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação subiu em janeiro pelo 23.º mês consecutivo, atingindo os 4,657%, o valor mais elevado desde março de 2009, de acordo com Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
O INE nota, ainda assim, “que, pelo oitavo mês consecutivo, os aumentos da taxa de juro implícita têm vindo a ser progressivamente menos intensos”, refletindo as perspetivas de inversão no aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) perante os sinais de abrandamento da taxa de inflação.
Tudo aponta para que o banco central comece a aliviar as suas taxas diretoras no verão. E, de resto, já antecipando este movimento, a descida das taxas Euribor está já a levar a um alívio dos juros nos contratos mais recentes.
Nos empréstimos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro implícita recuou em janeiro pelo terceiro mês seguido, atingindo os 4,315%, o valor mais baixo desde julho. Já nos contratos assinados nos últimos seis meses, a taxa caiu pelo segundo mês para 4,296%.
Taxas do crédito da casa em alta
Fonte: INE
De acordo com o INE, a prestação média da casa para todos os contratos subiu quatro euros em janeiro, fixando-se nos 404 euros, com 248 euros a corresponderem à parcela de juros (equivalente a 61% da prestação) e 156 euros à amortização do capital (39%). O capital médio em dívida era de 64.790 euros.
Refletindo a inversão recente das Euribor, os contratos fechados nos últimos três meses tiveram uma redução de 12 euros na prestação média para 639 euros.
Em 2023, a prestação média do empréstimo à habitação disparou 35%, aumentando pelo terceiro ano consecutivo.
Entre julho de 2022 e setembro de 2023, o BCE aumentou as taxas em 450 pontos base, uma trajetória de subida que foi interrompida nas últimas reuniões — a próxima reunião do conselho de governadores acontece no dia 7 de março e não deverá haver mexida nos juros.
Portugal foi um dos países que sentiu maior impacto da subida dos juros do BCE, dada a circunstância de mais de 90% dos contratos terem um regime de taxa variável.
(Notícia atualizada às 11h47)
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