Tal como Costa, Montenegro é contra envio de militares portugueses para combater na Ucrânia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Fevereiro 2024

Líder social-democrata sugeriu questionar o PS sobre o tema, visto que o partido admite uma aliança política com o PCP e o BE, ambos contra a participação portuguesa na NATO.

O presidente do PSD está alinhado com a posição do Governo de se opor ao envio, numa base bilateral, de militares portugueses para a guerra na Ucrânia. A hipótese tinha sido avançada na segunda-feira pelo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que disse que era um cenário que estava a ser considerado por alguns membros da NATO e da União Europeia (UE).

“Creio que o Governo português, através do primeiro-ministro, expressou bem aquela que é a nossa posição. Nós temos uma frente de ajuda à Ucrânia que é indiscutível e que passa por ajuda humanitária, ajuda financeira e também ajuda militar naquilo que é a medida das nossas possibilidades. Essa é a atitude correta“, afirmou Luís Montenegro, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Prosseguindo numa ação de campanha pelas ruas de Portalegre, o líder social-democrata aproveitou o tema para lançar uma farpa ao seu principal adversário nas legislativas de 10 de março. “Talvez seja interessante perguntar se o Partido Socialista acompanha também a posição do primeiro-ministro português e se está confortável ou não por projetar para os eleitores uma aliança política com o PCP e o BE, que não estão alinhados com o Governo e com a nossa participação no seio da NATO“, sugeriu.

 

Também o presidente do Iniciativa Liberal, Rui Rocha, disse estar de acordo com a posição expressa pelo primeiro-ministro, sublinhando que “a visão internacional diplomática que Portugal tem tido é talvez das poucas áreas que unem de forma alargada os partidos políticos do espetro democrático”.

Foi no final de um encontro no Palácio do Eliseu que António Costa negou o cenário de que a NATO ou a UE estejam a ponderar o envio de militares para a Ucrânia numa base bilateral. A reunião, que decorreu na segunda-feira, juntou mais de 20 líderes europeus em Paris.

Não há nenhum cenário em que essa situação se tenha colocado e nem vejo qualquer país da NATO a fazê-lo“, sendo que estas “são decisões que, a serem tomadas, terão de ser tomadas coletivamente“, declarou o ainda chefe do Executivo português, após o encontro, em resposta ao homólogo eslovaco – que, contudo, não revelou quais os países que defendem esta solução.

Depois, o Presidente francês, Emmanuel Macron, abriu mesmo a porta ao envio de tropas para a Ucrânia, embora tenha alertado para o facto de não haver consenso nesta fase, uma vez que os aliados concordaram em intensificar os esforços para entregar mais munições a Kiev. “Nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não ganhe”, ressalvou, porém, Macron.

Declarações que o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, classificou como infelizes, “numa altura em que aquilo que se exige é o que está à vista de toda a gente: acabar com a guerra que nunca devia ter começado”.

Washington já reagiu às declarações de Robert Fico e de Emmanuel Macron, rejeitando o envio de tropas para o terreno. “Os EUA não tencionam enviar tropas para combater na Ucrânia e também não tencionam enviar tropas da NATO para combater na Ucrânia“, adiantou um funcionário da Casa Branca à Reuters.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o seu ministro da Defesa, Boris Pistorius, bem como o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, e o seu homólogo da República Checa, Petr Fiala, também se posicionaram contra o envio de militares dos seus países para a guerra na Ucrânia.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h30)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Tal como Costa, Montenegro é contra envio de militares portugueses para combater na Ucrânia

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião