Marcelo aponta para revisão do rating português em setembro
O Presidente da República revelou que responsáveis internacionais elogiaram a evolução económica portuguesa, sinalizando que seria justa uma melhoria do rating da República.
O Presidente da República afirmou esta terça-feira que, se a economia continuar a evoluir como atualmente, é “justo” haver uma revisão do rating da República por parte das agências de notação financeira. Em visita ao Centro de Desenvolvimento do Hospital Garcia da Horta, em Almada, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que vários responsáveis internacionais elogiaram a evolução da economia portuguesa. Marcelo espera um reconhecimento desse crescimento principalmente pelas agências que têm a notação mais baixa.
"Se a evolução [da economia] continuar a que tem sido, até setembro, parece justo haver aquilo que vai reforçar a confiança dos investidores na economia portuguesa.”
“Ainda ontem estive nas conferências do Estoril e estavam lá responsáveis internacionais financeiros e europeus, e todos eles elogiavam a evolução económica portuguesa”, confessou o Presidente da República, acrescentando que “vários deles diziam — para não dizer todos — que esperavam que isso viesse a ser reconhecido pelas agências de rating, em particular por aquelas que têm a notação mais baixa”. Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, Marcelo admitiu que essa revisão possa acontecer em setembro.
“Se a evolução [da economia] continuar a que tem sido, até setembro, parece justo haver aquilo que vai reforçar a confiança dos investidores na economia portuguesa”, afirmou o Presidente da República, assinalando a redução da taxa de desemprego, algo que está “consolidado”, mas pela qual é preciso esperar até final do ano para tirar conclusões. Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o momento “francamente bom” da economia portuguesa continue, em termos de investimento, crescimento, exportações e de emprego.
Também esta terça-feira, António Costa argumentou que “é manifesto que a avaliação de hoje de Portugal é muito diferente da situação que era em 2011”, Na XXIX Cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real, o primeiro-ministro defendeu que “manter a notação financeira hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 não faz muito sentido”. “Não há dado económico que não diga o óbvio: que o rating deve ser revisto”, concluiu.
A mesma visão foi partilhada pelo atual comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos. Em audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Pierre Moscovici afirmou esta quarta-feira “que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado”. “Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se deem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem”, considerou Moscovici.
A esperança das instituições nacionais é que as agências de notação como a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s atribuam à dívida do país um grau de investimento. Também o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou este domino que “os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos ratings [avaliação], uma revisão”.
Esta possível revisão da notação financeira do país ainda este ano também foi sinalizada pelo deputado socialista João Paulo Correia, coordenador do PS na Comissão de Orçamento e Finanças, em entrevista ao ECO em abril: “Julgo que por altura do início do segundo semestre poderá ser o primeiro momento em que as agências de rating poderão fazer uma reclassificação da notação que dão ao nosso país”.
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