Marcelo espera que agências de rating revejam avaliação sobre Portugal

  • Margarida Peixoto
  • 24 Maio 2017

O Presidente da República defende que a melhoria de Portugal não é "fogo de vista" e que, por isso, as agências de notação financeira devem rever a sua posição sobre a economia portuguesa.

“Não é um fogo-de-vista passageiro” e por isso as agências de rating devem rever a avaliação que fazem da economia portuguesa. Quem o diz é o Presidente da República, numa entrevista ao jornal em português no Luxemburgo Contacto. Marcelo Rebelo de Sousa diz que nunca utiliza a palavra “geringonça”, mas reconhece que é “uma surpresa agradável e que tem funcionado muito acima das expectativas.”

Marcelo considera legítima a espera das agências de rating para mudar a nota que atribuem a Portugal — todas, à exceção da DBRS, consideram o investimento em dívida pública portuguesa como especulativo — mas agora, que os resultados estão a aparecer, espera que a avaliação seja revista.

“Tenho a esperança que perante estes dados, a posição da Comissão Europeia e a saída do PDE, e perante a ideia que há uma sustentabilidade neste processo, as agências de rating percebam que esta situação ‘não é um fogo de vista’ passageiro, que reconheçam a realidade e revejam as suas posições”, diz o Presidente da República.

Seja como for, “mais importante que as agências de notação são os investidores”, argumenta Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando o “sinal positivo” que têm vindo a dar, de forma cada vez mais clara.

Marcelo frisa que o conjunto de notícias positivas sobre a economia portuguesa — o corte do défice para 2%, a saída do PDE, o crescimento económico no primeiro trimestre de 2,8% — “não são um estado de graça que tenha caído do céu”, mas antes um resultado que “deu muito trabalho aos portugueses”. Fala de “cinco anos e meio” de “sacrifícios pesados”, referindo-se desta forma tanto ao mandato de Passos Coelho, como de António Costa, mas frisa que “valeram a pena.”

“Tem sido possível compatibilizar o que parecia difícil de conciliar, que era, por um lado, uma política apertada, muito rigorosa em termos financeiros e, por outro, haver condições para que as empresas exportadoras investissem, para que o investimento interno e externo surgisse e para que se traduzisse em crescimento”, acrescenta o Presidente, elogiando o contributo do setor do Turismo. “Hoje [segunda-feira] é um dia de alegria, mas é um processo contínuo que exige ainda muito a fazer“, diz, reforçando a mensagem que tinha deixado em Portugal.

Confrontado com a “geringonça” formada entre os socialistas, o BE e o PCP para sustentar o atual Governo, o Presidente responde: “Nunca utilizo essa palavra, mas reconheço que é uma surpresa agradável e que tem funcionado muito acima das expectativas.” Já para Paulo Portas, vice-primeiro-ministro do Governo de Passos Coelho, para o próprio Pedro Passos Coelho e para António Costa, Marcelo deixa um “obrigado”. E diz: “Obrigado por terem contribuído, de formas diversas, em tempos diferentes, com estilos muito variados, para o objetivo que hoje começou a ser atingido.”

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