Moody’s: Sem vender carteiras, CGD não consegue reduzir malparado
A agência de notação alerta que o crédito malparado vai continuar a pesar no balanço e nas contas do banco. Assim como Paulo Macedo, não prevê um regresso aos resultados positivos este ano.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) quer reduzir o crédito malparado, no âmbito do plano estratégico para 2017-2020. Mas não vai ser uma tarefa fácil, alerta a agência de notação Moody’s. Enquanto o banco estatal não conseguir vender carteiras de empréstimos em incumprimento, o malparado vai continuar a pesar no balanço durante, pelo menos, mais um ano. Assim, o regresso aos lucros só deve acontecer a partir do próximo ano.
“Na nossa perspetiva, a CGD vai enfrentar um desafio na redução significativa do rácio de NPL [malparado] nos próximos 12 a 18 meses“, explica a Moody’s, num comunicado. Isto, diz a agência de notação, “na ausência de qualquer venda expressiva de empréstimos em incumprimento, considerando as perspetivas económicas ainda modestas para o país”.
"A CGD vai enfrentar um desafio na redução significativa do rácio de NPL [malparado] nos próximos 12 a 18 meses, na ausência de qualquer venda expressiva de empréstimos em incumprimento, considerando as perspetivas económicas ainda modestas para o país.”
Até ao final de março, a CGD reportou um rácio de crédito malparado de 15,4%, face a 15,8% até ao final do ano passado, o que “compara de forma pouco favorável com os maiores bancos europeus”, nota.
Um valor ainda elevado que pesa no balanço e adia o regresso da CGD aos lucros. “Durante o resto de 2017, não prevemos uma recuperação significativa da rentabilidade do banco, uma vez que as pressões provocadas pelo cenário operacional, nomeadamente o volume de negócios ainda contido e as taxas de juro muito baixas, vai impedir que [a CGD] alcance melhorias significativas a nível do resultado operacional“, remata a agência de notação.
Este alerta já tinha sido deixado por Paulo Macedo. O presidente do banco estatal afirmou, na apresentação dos resultados para os primeiros três meses do ano, que “se a CGD não apresentar lucros, terei um duplo problema”. Um banco que não gere capital tem de encolher. É, por isso, “indispensável que a Caixa gere lucros”, salientou Macedo.
(Notícia atualizada às 16h47 com mais detalhes)
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