BRANDS' ECO “Temos as bases da IA lançadas, mas espero ainda uma grande evolução”

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  • 7 Março 2024

João Martins de Carvalho, Administrador da E-REDES, foi convidado do podcast EY AI Talks e falou sobre a forma como a Inteligência Artificial está a influenciar a transição energética.

A Inteligência Artificial assume-se, cada vez mais, como um catalisador crucial na transformação do setor energético, impulsionando a transição para fontes mais limpas e sustentáveis. Embora os desafios ainda sejam muitos, a IA emerge como protagonista neste setor, particularmente ao nível da distribuição de energia, onde a E-REDES, operador das redes de distribuição em Portugal continental, tem já diversos casos de uso implementados.

João Martins de Carvalho, Administrador da E-REDES, afirma que a empresa “tem investido significativamente na digitalização e, particularmente, na IA, de modo a potenciar a qualidade do serviço que presta aos seus clientes”. O modelo predictive grid, por exemplo, “utiliza as previsões meteorológicas para prever as interrupções futuras e os clientes que serão afetados e assim planear a reconfiguração da rede e o posicionamento das equipas”. Deste modo, protegemos as redes elétricas e respetivos stakeholders e garantimos uma resposta pronta em caso de eventos extremos. Há também modelos de visão por computador, em fase de piloto, para garantir a segurança dos técnicos em operação no terreno, nomeadamente no que diz respeito ao uso de equipamentos de proteção adequados às funções em causa. Outros modelos analíticos em uso alargado permitem a deteção e prevenção de falhas e anomalias na rede e também o controlo da proximidade de vegetação em torno das linhas de distribuição de energia. Além disso, o administrador da E-REDES adianta que a “utilização da IA, designadamente a IA generativa, na relação com o consumidor final é uma das áreas com maior potencial ao personalizar a experiência do consumidor”. A E-REDES já utiliza IA para “previsão de volume de chamadas no contact center”, interpretação e validação de documentos submetidos e interação com clientes através de linguagem natural no atendimento telefónico Interactive Voice Response (IVR).

Mas, apesar de todos os avanços e de todas as vantagens, a Inteligência Artificial acarreta também alguns desafios. Uma das preocupações da E-REDES como operador de infraestruturas críticas é garantir que a IA seja sempre usada de forma ética e responsável e com mecanismos de supervisão humana, para assegurar que a tomada de decisão essencial permaneça sob controlo humano, com a IA servindo como suporte e não substituto.” Para João Martins de Carvalho, um dos objetivos da E-REDES é desenvolver nos clientes e nos colaboradores uma “literacia analítica”, ou seja, é importante que, principalmente os colaboradores, percebam como os modelos de IA funcionam, mas não percam o sentido de análise, o sentido crítico.

Como irá a IA evoluir num futuro próximo e de que forma vai influenciar o setor energético?

Já quando questionado sobre o avanço da IA durante os próximos cinco anos e o modo como vai afetar a transição energética, João Martins de Carvalho não tem dúvidas de que a E-REDES tem “as bases lançadas, mas espera ainda evoluções significativas”, e acrescenta: “Embora tenhamos já muitos casos de uso de IA em utilização corrente nas nossas operações, existe ainda potencial para continuar a evoluir ao nível da gestão de ativos e da exploração da rede”. Temos sido ambiciosos e temos tentado usar a tecnologia em benefício dos colaboradores e dos clientes e estamos a lançar os alicerces para uma transformação ainda mais profunda.”

Acompanhe aqui toda a conversa:

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