Trabalhadores dos call centers cumprem hoje em greve por melhores condições de trabalho

  • Lusa
  • 8 Março 2024

Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC) pede proibição de trabalho aos fins de semana e feriados em todos os serviços que não são de natureza urgente e uma "justa remuneração".

Os trabalhadores dos call-centers e contact centers cumprem esta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, uma greve de 24 horas para exigir melhores condições de trabalho, mas a indústria refuta a existência de desigualdade de género no setor.

Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), a paralisação decorre entre as 00:00 e as 24:00 de hoje, segundo um pré-aviso de greve publicado na imprensa, abrangendo “todos os trabalhadores que prestem serviço na área dos call center, contact center seja em funções de front-office, back-office, nas áreas administrativas, em regime de outsourcing ou outros”.

Os trabalhadores querem a proibição de trabalho aos fins de semana e feriados em todos os serviços que não são de natureza urgente e a justa remuneração dos trabalhadores e o fim dos cortes na remuneração variável aquando de faltas para apoio à família.

Exigem igualmente o alargamento do número de faltas permitidas para apoio à família, sem perda de remuneração, formação para chefias e trabalhadores sobre assédio moral e sexual, assim como a criação de mecanismos de denúncia destes casos nos locais de trabalho.

Os trabalhadores reclamam também que todas as empresas com mais de 200 trabalhadores tenham creches junto ao local de trabalho, cantinas com refeições de qualidade a preços baixos, políticas públicas que diminuam o peso das tarefas domésticas, investimento na saúde e educação, uma rede de creches e berçários públicos e apoio real às vítimas de violência de género.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, a Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC) refutou, contudo, as acusações de desigualdade de género no setor e condenou “qualquer tipo de discriminação” entre os trabalhadores.

“A APCC, apesar de respeitar o direito à greve, não pode deixar de refutar os argumentos utilizados com o pretexto da desigualdade de género, por não corresponderem à verdade dos factos. Acreditamos e trabalhamos, desde sempre, na valorização e dignificação dos profissionais dos ‘contact centers’, independentemente do seu género”, sustentou.

Garantindo que “condenará sempre qualquer tipo de discriminação junto dos colaboradores desta indústria, sem exceção”, a APCC afirma que, “pela sua importância, o Dia Internacional da Mulher não pode servir de mote para denegrir um setor onde as mulheres estão tão bem representadas e contribuem de forma tão decisiva para o seu sucesso”.

“Esta greve carece de contexto que a justifique, pelo que não podemos pactuar com esta falsidade”, enfatiza.

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