Call centers criticam motivos da greve. “Dia da Mulher não pode servir para denegrir o setor”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Março 2024

Associação empresarial rejeita alegações de desigualdade de género no setor dos call centers, invocada como o motivo da greve agendada para o Dia Internacional da Mulher, a 8 de março.

A Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC) contesta o argumento da desigualdade de género invocado pelos trabalhadores do setor para a greve agendada para 8 de março, altura em que se comemora o Dia da Mulher, alegando que não corresponde “à verdade dos factos”.

Em comunicado, a associação empresarial realça que respeita o direito à greve, mas “não pode deixar de refutar os argumentos utilizados” para a sua realização, apontando que trabalha pela “valorização e dignificação” dos trabalhadores dos call centers, “independentemente do seu género”.

Para a APCC, a greve de 8 de março “carece de contexto que a justifique”, pelo que não pactua com o que considera tratar-se de uma “falsidade”. Cita, como tal, o mais recente Estudo de Benchmarking, elaborado pela própria associação no ano passado junto das 120 empresas que representa e segundo o qual “o género feminino continua a ser predominante entre os colaboradores e supervisores” dos call centers.

Dos nossos operadores, 63% são mulheres“; “58% dos supervisores são mulheres, o que mostra uma situação dominante das mulheres em cargos de chefia”; “não há quaisquer diferenças salariais, mediante o género“. Estes são alguns dos dados citados no comunicado. De acordo com a associação, o setor emprega mais de 104 mil pessoas em Portugal.

A APCC assinala também que o número de pessoas empregadas na indústria de contact centers “está a crescer a um ritmo acentuado e substancialmente superior ao crescimento anual do emprego nacional”, na qual as mulheres “continuarão a assumir um papel de peso e de extrema relevância”.

Apelando, por isso, para que o Dia Internacional da Mulher não sirva “de mote para denegrir” o setor, a associação empresarial diz-se disponível para um “debate sério” sobre esta indústria e sublinha que “condenará sempre qualquer tipo de discriminação” junto dos trabalhadores de call centers.

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