Medina rejeita bloco central, mas admite entendimentos pontuais com PSD
O ainda ministro revelou que o Governo está a trabalhar no Programa de Estabilidade, que tem de ser entregue em abril em Bruxelas, para o deixar preparado para o futuro Executivo.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, rejeita um bloco central entre PS e PSD, por considerar que deixaria o “monopólio” da oposição nas mãos do Chega. No entanto, o governante admite que socialistas e sociais-democratas podem entender-se pontualmente em “áreas de interesse”.
“A solução de um bloco central não é aquela que creio que seja desejável no nosso país”, afirmou, esta segunda-feira, à entrada para uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, justificando com uma “razão muito simples”: “Um bloco central de natureza informal ou formal cria uma realidade em que só ficaria um partido de grande dimensão a fazer oposição, que era o Chega”, explica.
Medina ressalvou, porém, que “isso não quer dizer, obviamente, que os partidos não conversem, não discutam, não procurem convergências em múltiplos temas e assuntos”.
Ainda assim, esses entendimentos não devem traduzir-se em “apoios de governabilidade”, porque “a médio prazo seria um fator mais de perturbação e de problema para o nosso sistema do que propriamente solução“, frisou.
Perto de terminar o seu mandato, o ministro das Finanças espera que o próximo governo mantenha “a credibilidade das finanças públicas” e assegure a continuidade das políticas ao nível da redução da dívida pública. “Tenho confianças que não se desviarão desse compromisso”, disse, rejeitando os receios da DBRS relativamente ao futuro da governação do país.
O ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, revelou ainda que o Governo está a trabalhar no Programa de Estabilidade para o deixar preparado para o próximo, esperando que haja um novo executivo aquando da entrega a Bruxelas, em abril.
“Nós estamos a preparar e a desenvolver todos os trabalhos relativamente ao Programa de Estabilidade. A nossa expectativa é que haja um Governo formado antes da data formal da entrega e, por isso, transmitiremos ao próximo Governo tudo aquilo que estiver preparado”, declarou Fernando Medina, na entrada para a reunião do Eurogrupo.
Sobre os temas da reunião do Eurogrupo, Fernando Medina adiantou que será debatido o cenário de abrandamento económico e a redução das taxas de juro, bem como o futuro do mercado de capitais europeu e ainda a apresentação, pela Comissão Europeia, do relatório da execução e dos impactos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Para terça-feira, está ainda prevista uma reunião do Ecofin, que juntará os ministros das Finanças, do Trabalho e dos Assuntos Sociais dos Estados-membros da União Europeia.
(Notícia atualizada às 15h59 com mais informação)
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