Natixis reforça aposta em Portugal. Contrata mais 300 pessoas

Natixis promete continua a investir no Porto, porque "o nível" dos profissionais que estão disponíveis "é realmente elevado", explica Jean-Marc Le Toux ao ECO. Quer contratar mais 300 pessoas.

Depois de ter recrutado cerca de 200 profissionais em Portugal no último ano, a Natixis está à procura de mais 300. Numa conversa exclusiva com o ECO, Jean-Marc Le Toux assegura que a intenção é continuar a investir no Porto, onde está instalado o centro de excelência, porque “o nível” dos profissionais que estão disponíveis “é realmente elevado“. Deixa também elogios à abertura dos portugueses à formação contínua, sublinhando que “são capazes de aprender rapidamente“.

Convém explicar que a Natixis em Portugal é um centro de excelência que desenvolve soluções para o negócio do Groupe BPCE, um grupo bancário francês. Hoje, esse centro já conta com mais de dois mil trabalhadores, que formam as equipas de tecnologias da informação, atividades de suporte à banca e compliance.

Em conversa com o ECO, o referido responsável, que tem sob a sua alçada a área de negócios dedicada à tecnologia (BPCE-IT), adianta que, no último ano, arrancaram dois grandes projetos no centro localizado no Porto, aos quais está associada a vontade de recrutar mais 500 profissionais “em três anos”, ou seja, até 2025.

“É um sinal de confiança do grupo”, salienta Jean-Marc Le Toux (na foto abaixo). “Só no departamento BPCE-IT, já recrutámos 120 no ano passado. Serão 300 este ano e no próximo”, acrescenta o responsável.

De acordo com o diretor do BPCE-IT, no âmbito do processo de recrutamento em curso, a Natixis está a encontrar “bons profissionais no Porto e arreadores“, ainda que esteja a ser “bastante difícil recrutar o perfil certo“, isto é, profissionais com competências altamente complexas, mas, simultaneamente, abertos à mudança e a se adaptarem, descreve.

“O que estamos a fazer é explicar cada vez melhor o que estamos a fazer aqui em Portugal. No momento em que as pessoas percebem o que estamos a fazer, o tipo de responsabilidades e o tipo de projetos, ficam mais entusiasmadas por ganhar experiência e explorar. Os portugueses são grandes exploradores”, assegura Jean-Marc Le Toux.

Já questionado sobre que competências são mais valorizadas nos candidatos, o responsável destaca as soft skills. “Precisamos de pessoas em quem confiemos. A confiança, a comunicação e a sensibilidade para o negócio são, cada vez mais, o tipo de soft skills que procuramos“, detalha.

Por outro lado, no que diz respeito às hard skills mais relevantes para a Natixis, Jean-Marc Le Toux realça que a inteligência artificial, a cibersegurança, o desenvolvimento de software e a análise de dados são particularmente relevantes, neste momento. “Estamos à procura de profissionais em todos os níveis que sejam capazes de nos ajudar a abraçar as novas tecnologias“, assegura.

Trabalhos tradicionais trocados por “posições aumentadas”

A tecnologia não impacta somente os tipos de competências procuradas pela Natixis nos candidatos. Tem também influência nos próprios empregos disponíveis. Jean-Marc Le Toux explica que a intenção é criar, cada vez mais, “posições aumentadas“, nas quais o humano é complementado pela inteligência artificial e pela análise de dados. “Queremos ter uma realidade aumentada para os nossos clientes, mas também para os empregados”.

A propósito, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) sublinhava, num relatório recente, que o mais provável é que a inteligência artificial amplie os empregos, em vez de os destruir na íntegra. Ou seja, a tecnologia funcionará mais como complemento — com a automação de certas tarefas — do que como um substituto.

Ora, para que os profissionais consigam fazer esse casamento com a tecnologia é importante que tenham a formação adequada. E a Natixis assegura que tem apostado nessa área. “Temos feito muito esforço em termos de orçamento de formação“, assegura o diretor Jean-Marc Le Toux, que frisa, a título de exemplo, que o centro tem mesmo uma parceria com a Porto Business School para dar formação aos seus recursos humanos.

O responsável acrescenta que os profissionais portugueses gostam de aprender e de adquirir competências, vendo a formação como parte da sua jornada profissional. “Portugal é fantástico. As pessoas aqui têm energia, são apaixonadas, são capazes de aprender rapidamente e são rigorosas nas suas decisões“, afirma.

De resto, Jean-Marc Le Toux deixa um conselho aos jovens estudantes: estejam sempre a aprender. “Sejam curiosos, façam tantas perguntas quanto possível“, atira o responsável.

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