Primeiro-ministro irlandês demite-se e sai da liderança do partido Fine Gael
Leo Varadkar sai da liderança do Fine Gael e abandona o cargo de primeiro-ministro assim que seja eleito o sucessor no partido, que deverá ser escolhido no congresso de abril.
O primeiro-ministro da República da Irlanda, Leo Varadkar, anunciou esta quarta-feira que vai demitir-se do cargo no próximo mês, deixando também a liderança do seu partido, o Fine Gael.
Numa conferência de imprensa à entrada do gabinete do primeiro-ministro, Varadkar disse que se demitiria imediatamente do cargo de líder do Fine Gael, mas que permaneceria como Taoiseach (termo que designa o chefe do Governo irlandês na língua gaélica irlandesa) até à realização do congresso anual do seu partido, em meados de abril, altura em que deverá ser escolhido o seu sucessor.
“Uma parte da liderança é saber quando chega o momento de passar o testemunho a outra pessoa e ter a coragem de o fazer. Essa altura é agora“, afirmou o líder do Governo de coligação que junta os democratas-cristãos do Fine Gael, os liberais do Fianna Fáil e o Partido Verde.
Na sequência das eleições gerais de 2020, o acordo de coligação celebrado entre os três partidos ditou que Leo Varadkar e Micheál Martin, líder do Fianna Fáil, ocupariam o cargo de primeiro-ministro durante dois anos cada um. Nesse ano, Micheál Martin foi nomeado Taoiseach e Varadkar foi o seu Tánaiste (vice-primeiro-ministro), antes de ambos trocarem de funções em 2022.
Agora, o anúncio de Varadkar levanta dúvidas sobre a sobrevivência da coligação governamental, alimentando as expectativas de eleições antecipadas no país. As próximas eleições deveriam realizar-se em fevereiro de 2025, mas poderão ocorrer mais cedo, numa altura em que o Sinn Féin, principal partido da oposição, lidera sistematicamente as sondagens.
A demissão de Varadkar surge depois de o Executivo irlandês sofrer uma derrota nas urnas este mês, no referendo que pretendia atualizar o conceito de família e as referências às mulheres presentes na Constituição do país, que data de 1937. As duas propostas foram rejeitadas pela maioria dos eleitores irlandeses.
Falando nas razões para a sua saída, o primeiro-ministro irlandês disse que queria que os partidos no Governo ganhem mais lugares no Parlamento nas próximas eleições e se mantenham no poder. “Depois de uma análise cuidadosa e de um exame de consciência, penso que um novo Taoiseach e um novo líder estarão em melhor posição do que eu para o conseguir“, apontou.
Varadkar defendeu também a necessidade de “renovar e reforçar a equipa”, de “centrar” a mensagem e as políticas do partido e “impulsionar a execução” de medidas, afirmando que, após sete anos de mandato, sente que já não é a melhor pessoa para esse trabalho.
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