Aguiar-Branco volta a candidatar-se a presidente da AR. PS responde com Francisco Assis
Aguiar-Branco anunciou que "apresenta novamente" a sua candidatura a presidente da Assembleia da República em nome do "interesse nacional". PS responde com Francisco Assis e Chega com Manuela Tender.
Depois de o seu nome ter sido rejeitado na primeira votação, José Pedro Aguiar-Branco anunciou que “apresentar novamente” a sua candidatura a presidente da Assembleia da República (AR) em nome do “interesse nacional”. Já o PS vai apresentar a candidatura de Francisco Assis, enquanto o Chega responde com Manuela Tender.
“Não conseguimos um consenso para eleger a segunda figura do Estado”, lamentou Aguiar-Branco na primeira reação depois de o ser nome ter sido rejeitado com 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos na primeira votação. Ainda assim, o antigo ministro da Defesa do governo de Pedro Passos Coelho não desiste e diz que vai apresentar “apresentar novamente” a sua candidatura “esperando que seja possível nessa segunda votação ser eleito presidente da AR”.
José Pedro Aguiar-Branco garante que a sua “motivação” para apresentar nova candidatura “é única, e simplesmente, em nome do interesse nacional”, lembrando ainda que não precisa de “garantias de nada” e que “o voto é livre”.
O PS não tardou a responder e comunicou que vai apresentar Francisco Assis como candidato a sucessor de Augusto Santos Silva. Eurico Brilhante Dias lembrou que os socialistas têm um “grupo parlamentar com a mesma dimensão do PSD”, dado que os social-democratas (sem contar com os dois deputados do CDS) contam com 78 deputados, tal como o PS. O deputado aponta, que, perante o facto de o PSD não ter conseguido “encontrar uma solução maioritária”, o PS “oferece à câmara um dos seus melhores” deputados. É “um político de provas dadas”, realçou.
Entretanto, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, confirmou que o partido vai votar favoravelmente à candidatura de Francisco Assis. “A direita é a confusão, é a bagunça, não conseguiram sequer que um acordo para uma maioria para a mesa fosse aprovado na Assembleia da República, obrigando a uma nova repetição da votação”, criticou.
Também o Livre avançou com o apoio à candidatura socialista. “Qualquer acordo que é feito com a extrema-direita prejudica sobretudo quem faz esse acordo. O PSD apresentou o seu candidato a fiar-se nos votos da extrema-direita e depois puxaram-lhe o tapete”, disse a llíder da bancada Isabel Mendes Lopes, em declarações aos jornalistas no Parlamento, transmitidas pela RTP3.
Por sua vez, a líder parlamentar do PCP não abriu o jogo sobre o sentido de voto dos comunistas, referindo apenas que “dificilmente sairá uma candidatura com maioria absoluta dos votos” e que “não cabe ao PCP determinar a solução”.
Nas bancadas mais à direita, a Iniciativa Liberal anunciou voto a favor de Aguiar-Branco. “A IL votou e continuará a votar” no candidato social-democrata, avançou a liberal Mariana Leitão, apontando o dedo à “coligação negativa” na primeira votação que decorreu durante a tarde no Parlamento.
Já o Chega optou por apresentar uma “candidatura à presidência da Assembleia da República, cuja candidata será a ex-deputada do PSD e atual deputada do Chega, Manuela Tender“, avançou fonte oficial do partido liderado por André Ventura.
Esta terça-feira, na primeira votação PSD decidiu retirar a candidatura de Aguiar-Branco para suceder a Augusto Santos Silva como presidente da Assembleia da República (AR), depois de o nome do antigo ministro da Defesa do do Governo de Pedro Passos Coelho ter sido falhado a primeira eleição do novo Parlamento. Este foi um resultado inesperado, já que os social-democratas e o Chega tinham anunciado um acordo para viabilizar os cargos na “casa da democracia”.
Perante o impasse, os representantes dos partidos reuniram e acordaram que eventuais novas candidaturas para presidente da AR têm que ser apresentadas até às 20 horas. O plenário reúne pelas 21 horas para nova votação.
A eleição para presidente da Assembleia é feita por voto secreto sendo necessário, pelo menos, 116 votos a favor. Com três candidatos ao cargo e a composição atual que saiu das eleições de 10 de março poderá ser necessário uma nova volta. Mesmo que BE, PCP, Livre e PAN se juntem ao PS, os cinco partidos somados só conseguem 92 votos a favor. Já se a AD (que conta com 80 deputados) tiver o apoio da Iniciativa Liberal também se regista um impasse, dado que juntos só conseguem 88 votos a favor.
(Notícia atualizada pela última vez às 20h04)
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