Bancos portugueses “aproveitaram ao máximo” subida dos juros, avalia a DBRS

Lucros dos bancos portugueses atingiram o pico no ano passado, mas irão continuar “saudáveis” à medida que as taxas estabilizam em níveis elevados, diz DBRS.

Os bancos portugueses “aproveitaram ao máximo o ambiente de taxas de juro mais elevadas”, perante a “rápida reavaliação dos empréstimos da grande carteira de taxa variável e a remuneração mais lenta dos depósitos”, considera a agência de rating DBRS Morning Star numa nota de análise aos resultados da banca nacional no ano passado publicada esta quinta-feira.

A margem financeira – que resulta da diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — das seis maiores instituições financeiras em Portugal disparou quase 70% para 9,7 mil milhões de euros no ano passado.

Este bom desempenho ajudou a superar “notavelmente” a subida “mais modesta das despesas e provisões”, permitindo que Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, BPI, Novobanco e Banco Montepio tivessem alcançado lucros recorde de 4,5 mil milhões de euros no ano passado.

Para a DBRS, “os lucros dos bancos portugueses provavelmente atingiu o pico no ano passado, juntamente com o nível das taxas de juro”. Ainda assim, a agência de rating espera que o setor mantenha “um rendimento saudável à medida que as taxas se estabilizam em níveis mais elevados”.

Desde o verão de 2022, as taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) subiram 450 pontos base e estabilizaram nos últimos meses perante os sinais de alívio da inflação. A expectativa é que a política monetária comece a desapertar gradualmente a partir do próximo verão.

A DBRS destaca ainda a qualidade “resiliente” dos ativos dos bancos portugueses, não esperando qualquer deterioração descontrolada tendo em conta a “economia saudável de Portugal”.

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