Deputados, professores e até surfistas. O que vão fazer agora os ministros de Costa?

Após oito anos de governação, António Costa deixa agora de ser primeiro-ministro, e já anunciou que vai voltar a estudar. Já entre os seus ministros, há quem regresse à docência, quem passe a ser deputado e ainda quem não tenha decidido o que se segue, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Número dois de António Costa na legislatura que agora termina e ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que foi cabeça de lista do PS por Lisboa nas eleições de 10 de março, vai assumir o seu lugar como deputada, ao que o ECO conseguiu apurar. Licenciada em Sociologia, é funcionária da União das Mutualidade Portuguesas, estando atualmente numa licença sem vencimento.

Outra figura relevante do elenco de Costa que poderá passar a estar na Assembleia da República é Fernando Medina. O ainda ministro das Finanças fez parte das listas do PS às eleições de 10 de março e foi eleito. Contactado, o Ministério das Finanças não confirmou, porém, se esse será o futuro do político, que é atualmente também quadro da AICEP.

Também Ana Mendes Godinho, ainda ministra do Trabalho, vai rumar ao Parlamento, quando cessar funções governativas. Licenciada em Direito, foi inspetora do Trabalho, mas conta igualmente com experiência na área do turismo.

Na bancada do PS, também vai estar a ainda ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que vai ser deputada em exclusividade. A ainda governante é licenciada em Direito e já foi eleita oito vezes deputada à Assembleia da República.

Também Marina Gonçalves, ministra da Habitação, e Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, devem seguir para o Parlamento, sendo que esta última ainda está a decidir se irá regressar à docência na Universidade de Coimbra.

De notar que Ana Abrunhosa é docente da Faculdade de Economia dessa Universidade desde 1995, “onde tem lecionado diversas disciplinas, como Introdução à Economia, Microeconomia I, Economia Regional, Economia Europeia, Introdução à Gestão, Seminário Gestão da inovação, entre outras.”

De ministros para professores

Ana Abrunhosa ainda não decidiu se voltará a ser professora, mas entre os seus colegas de Governo há quem já tenha escolhido esse caminho para si. É o caso de João Costa. O ministro da Educação está de regresso à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, da qual foi diretor até novembro 2015.

Também é essa a opção de Helena Carreiras, ainda ministra da Defesa Nacional. “Helena Carreiras é professora no ISCTE-IUL, nas áreas de sociologia e políticas públicas. Quando cessar funções como ministra da Defesa Nacional do XXIII Governo Constitucional, regressará à vida académica”, indicou ao ECO fonte do Governo.

Na mesma linha, José Luís Carneiro irá “retomar as funções de docência, sendo sua intenção retomar o seu projeto de doutoramento no domínio das Ciências Sociais, na especialidade de Ciência Política”. O ainda ministro da Administração Interna vai também “assumir funções na Assembleia da República”.

Já Catarina Sarmento Castro estará de volta “ao seu lugar de origem”, isto é, a Universidade de Coimbra. A ministra da Justiça da última legislatura de António Costa é professora de Direito Público e Digitalização da Faculdade de Direito.

Da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, não foi possível obter uma resposta oficial, mas João Gomes Cravinho é professor da Universidade de Coimbra. Pode, por isso, regressar à docência, no momento em que cessar as suas funções governativas.

A investigação, o surf e um indeciso

Pioneira da eletrónica transparente, Elvira Fortunato tinha um lugar de destaque na ciência, antes de chegar ao Governo em março de 2022 para ocupar o lugar de ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Agora, está a preparar um regresso à academia.

“A professora Elvira Fortunato, no momento em que cessar funções enquanto ministra, regressará à Universidade NOVA de Lisboa, na qual retomará o seu percurso de investigação científica“, sinalizou ao ECO fonte oficial do Governo.

Já Maria do Céu Antunes passará do lugar de ministra da Agricultura para o seu anterior posto de trabalho, na empresa pública Tagusvalley, em Abrantes.

Por sua vez, Duarte Cordeiro, ainda ministro do Ambiente, já tinha sinalizado no início do ano que se irá afastar dos cargos públicos, devido ao seu envolvimento na Operação Influencer. Três meses depois, e apesar de ainda não serem conhecidas as acusações do Ministério Público, o ministro do Ambiente cessante mantém, e por “direito ao meu bom nome”, a mesma decisão. “Irei fazer o que anunciei”, diz ao ECO.

E o que se segue para o ainda ministro da Economia? António Costa Silva está a decidir o que fará, quando cessar funções governativas. Licenciado em Engenharia de Minas, ao longo da sua carreira, foi responsável pela coordenação de vários projetos internacionais de energia. Além disso, entre 2004 e 2021, foi presidente da Comissão Executiva da Partex.

Já o ministro da Cultura tem preparado uma aposta diferente: à semelhança de vários colegas do Governo, vai regressar à universidade (é professor do ISCTE), mas assegura que também vai fazer surf, trocando, então, o fato governativo dos últimos tempos pelo fato de neoprene.