Lucros da TAP? “Espero que ninguém ache um excesso”. Costa aconselha Montenegro a não privatizar “sob pressão”

António Costa confirma que Finanças deram instruções à administração da TAP para que se adeque ao compromissos do plano de reestruturação. Recomenda que privatização não se faça "sob pressão".

O primeiro-ministro cessante avisou esta quarta-feira que a privatização da TAP, que será concluída pelo futuro Governo liderado por Luís Montenegro, deve ser feita “sem pressões”, recordando a auditoria do Tribunal de Contas, apresentada no ano passado, que avaliou a venda da ANA. “É um bom exemplo de uma privatização sob pressão“, afirmou.

O novo Governo tem legitimidade para tomar a decisão que entender. Privatizar mais, menos, a quem… Isso já cabe ao próximo Governo tomar essa decisão“, alertou António Costa esta quarta-feira, na residência oficial do primeiro-ministro, numa conferência de imprensa marcada para fazer um balanço dos oito anos de governação.

Sobre os lucros da transportadora aérea, que situaram-se em 177,3 milhões de euros em 2023, abaixo dos 203 milhões averbados até setembro, António Costa decidiu recorrer à ironia, utilizando as palavra que o presidente do PS Carlos César usou para descrever o excedente orçamental: “Fico muito contente que a TAP tenha lucro, espero que ninguém ache que seja um excesso. Felizmente, deixamos a companhia recuperada”, acrescentou.

No último trimestre do ano passado, a TAP registou prejuízos de 26,2 milhões de euros, o que compara com um lucro de 156,4 milhões no trimestre homólogo. António Costa rejeita que esses resultados condicionem qualquer cenário futuro de venda da companhia aérea, frisando que os “resultados são bons”. E recordou que o Estado está obrigado a seguir as recomendações da Comissão Europeia relativamente ao plano de reestruturação.

O Ministério das Finanças já deu as devidas instruções à administração para que a gestão da TAP se adeque aos compromissos assumidos no plano de reestruturação“, respondeu o ainda Chefe do Governo aos jornalistas. “Convém não esquecer que o financiamento do Estado pela TAP está sujeito ao regime das ajudas de Estado e só foi possível com autorização da Comissão Europeia com base num plano de reestruturação que tem vindo a ser executado”.

Tal como o ECO noticiou, o ministro das Finanças, Fernando Medina alertou o CEO da TAP que o aumento dos custos com pessoal excedem o rácio limite imposto pelo plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia, que permitiu viabilizar a injeção de 3,2 mil milhões de euros.

Ainda no setor da aviação e sobre o tema do novo aeroporto de Lisboa, Costa diz que o novo Governo estará “em condições de decidir”. “Só terei pena se não houver decisão. Acho que fiz o que era correto e não me arrependo”, declarou. “Com grande probabilidade irá tomar a decisão que eu iria tomar”, acrescentou o governante.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h53)

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