PCP e Bloco propõem rejeição do Programa de Estabilidade no Parlamento
Depois do chumbo às duas moções de rejeição, tanto os comunistas como os bloquistas avançam com um projeto de resolução que propõe a rejeição do Programa de Estabilidade do Governo.
Depois de as suas moções de rejeição ao Programa do Governo terem sido chumbadas no Parlamento, o PCP e o Bloco de Esquerda vão apresentar projetos de resolução que propõem a rejeição do Programa de Estabilidade do Governo na Assembleia da República (AR).
“O PCP irá apresentar um projeto de resolução, que obrigue à votação da perspetiva em que se baseia o programa de estabilidade apresentado pelo Governo, propondo a sua rejeição e que afirme a política alternativa possível e necessária”, lê-se no comunicado divulgado esta terça-feira, após a reunião do Comité Central do PCP, em Lisboa.
Segundo Paulo Raimundo, que anunciou a decisão numa conferência de imprensa, “as medidas assumidas” pelo Governo de Luís Montenegro “só agravarão os problemas nacionais e subordinação externa” não permitindo dar resposta “aos problemas mais imediatos” e “estruturais” da economia nacional.
Momentos mais tarde, também em conferência de imprensa, Mariana Mortágua anunciou que o Bloco de Esquerda também vai apresentar uma proposta de resolução.
“O Bloco apresentará um projeto de resolução de rejeição na Assembleia da Republica para ser discutida e votada com este Programa de Estabilidade“, anunciou a coordenadora do partido, considerando o documento apresentado pelo Governo de Luís Montenegro como “inútil, caduco e fora de prazo” face às necessidades do país.
“Este projeto visa comprometer o Governo a apresentar em dez dias um documento [novo] à AR que seja clarificador quanto às prioridades de política orçamental e económica, nomeadamente, no que diz respeito a salários, impostos e carreiras na função pública”, afirmou a coordenadora bloquista.
Por seu turno, o presidente do Chega também se manifestou contra o Programa de Estabilidade do Governo, admitindo avançar com um voto de rejeição ao documento e que por isso a AD deverá nesta matéria um entendimento com o PS.
De acordo com André Ventura, o Programa de Estabilidade que o Governo entregou no parlamento, na segunda-feira, “é essencialmente fruto do trabalho do PS e, como tal, o Chega desvincula-se dele, já que sempre o criticou”.
Em relação aos votos de rejeição já anunciados pelo Bloco de Esquerda e PCP ao PE apresentado pelo Governo, André Ventura disse que o seu partido ainda não definiu a sua posição face a essas duas iniciativas. E admitiu que o próprio Chega poderá apresentar também um voto de rejeição ao Programa de Estabilidade.
Caso os projetos de resolução sejam aprovados — sendo necessário um apoio mínimo de 116 deputados em cada votação — o Programa de Estabilidade será forçado a ir a votos, obrigando a que os restantes partidos assumam uma posição.
O PS poderá voltar a abster-se desta votação, repetindo a mesma posição que assumiu perante as duas moções de rejeição apresentadas pelos comunistas e bloquistas ao Programa de Governo, na semana passada, sob o argumento de não querer “bloquear” o início de funções do novo Executivo.
Quanto ao Livre e o PAN ainda não foi assumida nenhuma posição relativamente ao sentido de voto do projeto de resolução do PCP, mas certo é que o partido de Rui Tavares votou a favor das duas moções de rejeição. Já a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, absteve-se na moção apresentada pelo BE e votou contra o texto do PCP.
O debate com os membros do Governo sobre o Programa de Estabilidade está marcado para quarta-feira, dia 24 de abril.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h27 com declarações de André Ventura)
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