Ana Jorge “desiludida” com a forma “rude e caluniosa” como foi afastada da Santa Casa
Numa carta aos trabalhadores, a provedora denuncia a forma "rude e caluniosa" com que foi justificada a sua exoneração da Santa Casa. Garante que vai contar a sua verdade "em tempo e em sede própria".
Ana Jorge já reagiu ao afastamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Numa mensagem enviada aos trabalhadores da instituição, a provedora mostra-se “desiludida” com a forma “rude e caluniosa” com que foi justificada a sua exoneração da administração da SCML.
A antiga ministra da Saúde destacou os 11 meses “muito duros” que passou no cargo, fazendo questão de contrariar os argumentos usados pelo Executivo para a afastar do cargo. “É por isso – pelo tanto trabalho, desenvolvido em tão pouco tempo e pelo plano de reestruturação sólido que desenhámos e que queríamos implementar – que hoje não me sinto tão triste. Por isto, só por isto”, disse.
Ana Jorge garante ainda que vai contar a sua verdade “em tempo e em sede própria”, mas sublinha na mesma missiva, citada pelo Observador, que serviu a SCML com a mesma entrega e espírito de missão com que desempenhou funções públicas e cívicas ao longo da sua carreira.
Na segunda-feira, o Governo decidiu exonerar com “efeitos imediatos” os membros da mesa da SCML, bem como Ana Jorge, por “se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”.
Pela voz de Tiago Barbosa Ribeiro, vice-presidente da bancada parlamentar, o Partido Socialista defendeu esta manhã que a exoneração da provedora da Santa Casa, Ana Jorge, tem como único objetivo colocar no cargo “pessoas mais politicamente alinhadas e domesticáveis” pelo Governo do PSD.
Em reação, o primeiro-ministro descartou que haja qualquer “saneamento político”. “É preciso desdramatizar. Vamos tentar escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia nos propósitos e orientações do Governo e da respetiva tutela”, disse Luís Montenegro, frisando que “é normal” que quando os Governo mudam e quando as orientações de políticas são novas que haja este tipo de substituições”.
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