Montenegro recusa “saneamento político” na Santa Casa. Quer nova direção “sintonizada” com Governo

Primeiro-ministro garante que "não há saneamento politico" na exoneração da mesa da SCML e que vai "escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia" com orientações do novo Governo.

O primeiro-ministro disse esta terça-feira que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está numa situação “dificilíssima” do ponto de vista financeiro e não dá “garantias da salvaguarda das suas funções sociais”, referindo que com a atual administração, agora exonerada, “não estão criadas as condições” para “recuperar” dessa situação. “Vamos tentar escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia nos propósitos e orientações do Governo e da respetiva tutela”, afiançou Luís Montenegro.

“O Governo assume a responsabilidade da substituição da mesa” da SCML de modo a “salvaguardar os próximos anos” e a iniciar “um ciclo de recuperação dos problemas graves, do ponto de vista financeiro e das tarefas sociais” que a instituição enfrenta. E “isso implica uma relação entre a tutela e a direção da Santa Casa que não está assegurada”, justificou Luís Montenegro, em declarações transmitidas pela RTP3.

O chefe de Governo descartou ainda que haja qualquer “saneamento político”. Sublinha que foram pedidas informações, mas que “não estão criadas as condições para que esta administração [possa] estabelecer essa relação com a tutela”. “É preciso desdramatizar. Vamos tentar escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia nos propósitos e orientações do Governo e da respetiva tutela”, disse, frisando que “é normal” que quando os Governo mudam e quando as orientações de políticas são novas que haja este tipo de substituições”.

O PS defendeu esta manhã que a exoneração da provedora da Santa Casa, Ana Jorge, tem como único objetivo colocar no cargo “pessoas mais politicamente alinhadas e domesticáveis” pelo Governo do PSD. “O Governo está a criar um conjunto de casos que tem como único fundamento substituir pessoas que sejam mais politicamente alinhadas, mais domesticáveis pelo Governo PSD”, sustentou o vice-presidente do grupo parlamentar socialista, Tiago Barbosa Ribeiro.

Em resposta, o líder parlamentar do PSD assegurou que a preocupação “não é nomear gente que tenha ligações partidárias”, mas sim “nomear os melhores para poder gerir o que é de todos”. “O PSD e o Governo não levam lições do PS, que são catedráticos em nomeações e em enxamear o Estado com gente do aparelho”, atirou Hugo Soares, responsabilizando ainda o Governo socialista pela “rutura de tesouraria” e pelo ” incumprimento de ação social mais básica” a que a SCML chegou.

“A preocuparão é recuperar a instituição e colocá-la a funcionar de acordo com as suas matrizes e princípios orientadores”, defendeu ainda o líder parlamentar. E assegurou que a nova ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social “terá oportunidade de explicar ao país e ao Parlamento todos os pedidos para audições no Parlamento seja de quem for sobre esta matéria”.

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