Força Aérea precisa de 372 milhões para sair da base do Montijo

  • Lusa
  • 7 Junho 2017

Já os custos com o Exército e a Marinha devem ascender a mais 21,7 milhões, de acordo com um estudo realizado peça Força Aérea que antevê a criação de um aeroporto complementar no Montijo.

Fontes ligadas ao processo disseram à Lusa que o estudo realizado pela Força Aérea Portuguesa (FAP) sobre as implicações da construção de um aeroporto complementar à Portela na base militar do Montijo prevê um custo de 73 milhões de euros com a reativação de Tancos, 31 milhões com a transferência de parte da operação para a base de Sintra e cinco milhões para a base de Beja.

A estimativa inclui uma despesa de 20 milhões de euros para a desativação do dispositivo na base n.º 6, Montijo, incluindo 6,5 milhões de euros para obras de estruturas da NATO ali sediadas.

O estudo, que foi entregue ao Governo no final de abril e discutido esta quarta-feira, à porta fechada, na primeira parte da audição parlamentar ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, estima ainda 242 milhões de euros com custos relacionados com a deslocalização do Campo de Tiro de Alcochete, somando no total 372 milhões de euros.

A este valor, o relatório da FAP prevê que a Marinha precisará de 14 milhões de euros para deslocalizar os seus helicópteros da base do Montijo para outra base e que o Exército precisará de 7,7 milhões de euros para retirar o efetivo atualmente em Tancos.

No estudo, segundo as mesmas fontes, a Força Aérea Portuguesa considera previsível que a construção de um aeroporto civil complementar ao da Portela no Montijo implique um rápido aumento do tráfego aéreo, tornando inviável manter a operação no Montijo, tal como está, a partir de 2023/24.

O Governo solicitou em fevereiro à Força Aérea Portuguesa um estudo para avaliar todos os impactos da coexistência das operações civis e militares na Base Aérea n.º 6, no Montijo, a médio e longo prazo.

Em declarações à Lusa, em janeiro, o chefe do Estado Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, já tinha advertido que a “coabitação” civil e militar na base do Montijo só será viável enquanto o número de movimentos for reduzido.

“Queremos acreditar que parte do nosso dispositivo poderia coabitar com a atividade civil, enquanto o número de movimentos for reduzido. Se o número de movimentos aumentar de forma exponencial essa capacitação é capaz de estar de facto comprometida”, admitiu na altura o general Manuel Rolo.

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