Montenegro pede ao novo diretor da PSP que aumente “sentimento de segurança” no país
O primeiro-ministro teorizou que as pessoas podem estar seguras mas sentirem-se inseguras, pelo que encarregou o novo diretor da PSP a trabalhar para aumentar o "sentimento de segurança" no país.
Luís Montenegro encarregou o novo diretor nacional da PSP de trabalhar para o “acréscimo do sentimento de segurança” no país, considerando que a população pode sentir-se insegura mesmo quando “objetivamente” não está.
O primeiro-ministro discursava na tomada de posse de Luís Carrilho, depois de o novo Governo ter decidido há dias exonerar José Barros Correia dessa função, causando surpresa no seio desta força de segurança.
Tendo ouvido o discurso de Carrilho na cerimónia, o primeiro-ministro deixou um breve caderno de encargos ao novo diretor-geral, com o aumento do sentimento de segurança à cabeça, que diz ser “uma tarefa importantíssima nos dias de hoje”.
“[A sua] tarefa passa por múltiplos aspetos, desde logo por dar à população portuguesa um acréscimo de sentimento de segurança”, começou por indicar, para, de seguida, acrescentar: “Quem estuda estas matérias sabe que nos sentimos seguros não apenas quando estamos seguros. Sentimo-nos seguros se estamos seguros e se nos sentimos exatamente assim.”
Dito isso, o líder do Governo rematou: “Podemos estar objetivamente seguros e sentirmo-nos inseguros e isso transporta insegurança. Acrescentar sentimento de segurança é uma tarefa importantíssima nos dias de hoje e isso contribui para a tranquilidade das pessoas e do país”.
Importa recordar que, durante a campanha eleitoral das legislativas, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho gerou controvérsia ao associar o aumento da imigração a um sentimento de insegurança que disse existir na população. Luís Montenegro não se referiu aos imigrantes, mas as suas palavras surgem poucos dias depois da ocorrência de agressões a imigrantes no Porto, estando em causa potenciais crimes de ódio e um dia depois de o cabeça de lista da AD às europeias ter defendido o reforço dos mecanismos de imigração legal.
O segundo ponto no caderno de encargos para Luís Carrilho, deixado pelo primeiro-ministro, foi o “policiamento de proximidade”. “Precisamos de mostrar às nossas populações uma presença mais ativa, também mais preventiva, das nossas forças de segurança e da PSP em particular”, afirmou.
Em relação à PSP propriamente dita, Luís Montenegro reconheceu que “não é possível alcançar estes objetivos sem ter homens e mulheres que estejam empenhados para o trabalho”. Assim, “é imprescindível valorizar o trabalho, as carreiras, de todos os profissionais que prestam serviço na PSP, não só nas condições remuneratórias” como na “formação” e melhoria das condições de trabalho em geral, concluiu.
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