REN vai investir 1,7 mil milhões em quatro anos e aumenta dividendo até 2027
No Capital Markets Day, empresa liderada por Rodrigo Costa anunciou aceleração da estratégia de investimento, distribuído pelos setores da eletricidade (65%), gás (25%) e negócio internacional (10%).
A REN – Redes Energéticas Nacionais vai investir entre 1,5 e 1,7 mil milhões de euros entre 2024 e 2027, indica o Plano Estratégico publicado esta segunda-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Uma soma 70% superior à apresentada no plano estratégico anterior.
“Temos muitos investimentos a fazer, mas também precisamos que o Governo e União Europeia façam o seu papel. Que percebam o que é necessário acontecer para haver transição [energética]. O comboio já partiu da estação”, indicou o CEO da REN, Rodrigo Costa, na apresentação do novo Plano Estratégico, que decorre esta manhã, em Lisboa.
A ambição de investimento é superior à do plano estratégico anterior. Entre 2020 e 2024, a fasquia estava colocada nos 900 milhões de euros.
Os investimentos dirigem-se, maioritariamente, à área de eletricidade (65%), mas em parte também ao gás (25%), havendo ainda 10% destacados para investimento internacional.
No horizonte deste plano estratégico, a REN pretende expandir a rede elétrica de forma a acolher 3,5 gigawatts (GW) de projetos solares, por acordo direto com os promotores, até 2027, assim como 2,5 GW de projetos que ganharam direito a ligar-se à rede em leilão. No que diz respeito aos projetos por acordo direto, já foram assinados 32 desde 2021. Os restantes, até perfazer 7 GW, serão assinados numa segunda fase, e não estão contemplados neste plano estratégico.
Está ainda prevista a ligação de 0,2 GW projetos de eólico onshore (em terra), e 0,3 GW de projetos renováveis e de armazenamento, através da hibridização (utilização de pontos de conexão à rede já existentes para acomodar nova capacidade).
Já no que diz respeito à energia eólica offshore, ou seja, instalada no mar, a REN ainda vê como um “plano de longo-prazo”, mas uma área na qual tem de começar a trabalhar desde já, indicou o COO, João Conceição, na mesma apresentação. Uma equipa dedicada a este assunto será constituída este ano.
E se o investimento em redes elétricas sobe até 50%, para entre 240 a 280 milhões por ano, o salto no investimento em infraestruturas de gás é maior: de 125%, para entre 105 a 115 milhões por ano, sendo que mais de metade recairá sobre infraestrutura de gases renováveis.
“Não nos vamos esquecer da importância do gás na segurança de abastecimento”, alertou João Conceição. De momento, as renováveis têm suportado em grande parte o funcionamento do sistema, mas há dois anos, quando se registou falta de água, “se não fosse o gás, teríamos tido um problema de abastecimento”.
Debruçando-se sobre o hidrogénio verde, o CEO já havia introduzido que “é importante para a indústria local”, e que não sabe quando será uma realidade mas a empresa sabe que “vai acontecer” e é “uma oportunidade que temos de agarrar”.
Mais dividendo e lucro, mas tecto mais baixo para a dívida
No mesmo período, o dividendo deverá subir de 15,4 cêntimos por ação, para os 16,3 cêntimos. “Acreditamos que o crescimento também deve estar presente na política de dividendos”, afirmou o responsável pelas Finanças na REN, o CFO Gonçalo Soares, assinalando que desta forma a empresa abandona a política histórica de estabilização, mas com um “crescimento sustentável da remuneração”.
Em paralelo com o crescente investimento e com a subida na remuneração acionista, a REN espera que o lucro aumente de 110 milhões anuais para 105 a 120 milhões anuais, e que a dívida líquida se mova do patamar de 2,4 mil milhões a 2,7 milhões para os 2,5 mil milhões a 2,6 mil milhões.
Notícia atualizada pela última vez às 11h40
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