Se Portugal crescesse como a Sonae, PIB per capita “seria maior que o espanhol”, revela estudo
Estudo da Nova SBE revela que se a economia nacional tivesse crescido ao ritmo da Sonae entre 2009 e 2022, o PIB per capita em paridade de poder de compra "seria maior do que o espanhol" em 2022.
A Sonae gerou 8,9 mil milhões de euros na economia portuguesa em 2022, um número que equivale a um peso de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo um estudo que analisou o impacto económico do grupo que detém a retalhista Continente, realizado pela Nova SBE.
Entre 2009 e 2022, o grupo apresentou um crescimento médio anual de 2,1%, acima da média do crescimento económico anual de Portugal (0,6%) no mesmo período. Significa que, se a economia nacional tivesse crescido ao ritmo da Sonae nesses 14 anos, o PIB per capita em paridade de poder de compra do país “seria maior do que o espanhol em 2022″, lê-se no relatório que é apresentado esta quinta-feira.
O trabalho dos investigadores Pedro Brinca, João Duarte e João Pedro Ferreira (Universidade da Virgínia) aponta também que, nesse caso, Portugal passaria da 20.ª posição para a 13.ª entre as maiores economias da Zona Euro. Por outro lado, realça que, nos anos de 2013 e 2014, no período crítico da intervenção da troika, a Sonae “recuperou da crise muito mais rapidamente do que a média nacional e contribuiu para uma mais rápida recuperação da economia”.
As vendas do grupo liderado por Cláudia Azevedo corresponderam a 1,8% do total de produção em território nacional, superando a produção combinada dos setores do vestuário e do calçado ou todo o setor da produção da pasta e do papel no país.
Se for somada a contribuição através das cadeias de valor, o contributo da Sonae atinge os 17,8 mil milhões de euros — ou seja, 3,8% do total da produção nacional. Divide-se entre 8,7 mil milhões de euros oriundos do efeito direto, 5,6 mil milhões de euros do efeito indireto e 3,4 mil milhões de euros do efeito induzido, calculam.
Por outro lado, o volume de negócios de 17,8 mil milhões de euros inclui cerca de 3,7 mil milhões de euros em salários, um valor “superior às remunerações pagas pelo setor do fabrico de automóveis em toda a economia nacional”, refere ainda o trabalho da Nova SBE.
No que toca à contribuição fiscal, o grupo nortenho paga mais de 1,6 mil milhões de euros em receitas fiscais a cada ano, dos quais 460 milhões de euros correspondem a impostos, 230 milhões a contribuições à Segurança Social e 115 milhões ao IRS retido pelos seus trabalhadores.
O valor das receitas fiscais equivale, de acordo com a comparação neste estudo, ao “dobro do valor do défice público registado em 2022” e “é superior aos investimentos feitos em Serviços Hospitalares pela Administração Pública nos anos de 2018 a 2021 (que incluíram a pandemia de Covid-19)”.
Por outro lado, a empresa investiu em Portugal mais de 700 milhões de euros “por vários anos consecutivos”, inclusive “em períodos críticos” para o país e em valores “muito superiores” aos de outros setores industriais tradicionalmente referidos como importantes motores da economia nacional.
Maior empregador privado chega aos 259 mil postos de trabalho indiretos
Em 2022, a Sonae contava com 47 mil trabalhadores, sendo que a atividade do grupo criou 212 mil empregos no resto da economia. Isto é, a dona do Continente, que tem sede na Maia, é responsável por um total de 259 mil postos de trabalho no país, independentemente do tempo de contrato.
Este número representa 4,2% do total do emprego no país e 4,8% dos empregos do setor privado em Portugal, com impacto em um em cada 23 empregos, o que confirma a Sonae como o “maior empregador privado” no país, indica o documento.
Da contribuição gerada pela Sonae nos vários setores de atividade, o mais relevante é associado às pequenas e médias empresas (9,7 mil milhões de euros), sendo que 2,9 mil milhões de euros corresponderam ao volume de negócios no setor da indústria agroalimentar. E 126 mil dos 212 mil empregos criados no resto da economia foram em PME localizadas em território nacional.
Em termos geográficos, o estudo da Nova SBE conclui que o conglomerado nortenho contribui para a coesão territorial do país ao ter uma “presença determinante para a vitalidade económica” de metade dos 308 municípios portugueses, sublinhando que são privilegiados, igualmente, territórios de baixa densidade e concelhos onde o poder de compra está abaixo da média nacional.
“Estes resultados ajudam a quantificar o impacto da nossa atividade na vida das pessoas e revelam que os bons resultados do Grupo Sonae são positivos para o país. Estamos determinados a continuar a gerir e a crescer de forma responsável, promovendo mais e melhor emprego, fomentando a inovação na economia, contribuindo para o desenvolvimento regional, sendo mais inclusivos e equitativos e respeitando os limites do planeta”, comenta João Günther Amaral, administrador executivo da Sonae.
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