Líder da extrema-direita alemã abandona AfD após declarações polémicas

Depois de Krah defender que um membro nazi das SS “não é automaticamente criminoso”, Le Pen rompeu a aliança com o AfD. Cabeça-de-lista foi banido de fazer campanha e acabou mesmo por sair do partido.

O cabeça-de-lista da Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemã), Maximilian Krah afastou-se da liderança do partido, depois de ter sido de fazer campanha pelo AfD a propósito das eleições europeias. Em causa estão as declarações polémicas proferidas pelo próprio, a defender que um membro nazi das forças armadas Schutzstaffel (SS) “não é automaticamente um criminoso”.

De acordo com a DW, o AfD confirmou a sua posição em relação ao seu cabeça-de-lista esta quarta-feira depois de o Reagrupamento Nacional (RN), partido de Marine Le Pen atualmente liderado por Jordan Bardella, ter rejeitado sentar-se ao lado do partido alemão na próxima legislatura, no próximo Parlamento Europeu. Os dois partidos integram a família Identidade e Democracia (ID), do qual o Chega também faz parte. Krah anunciou a demissão poucos momentos depois, avança a Bloomberg.

A menos de três semanas das eleições europeias, as declarações de Krah abalam a família política de extrema-direita no Parlamento Europeu. E as ondas de choque já foram sentidas a nível nacional. Esta terça-feira,António Tânger-Corrêa admitiu que o Chega pode vir a mudar de família política e juntar-se aos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) na próxima legislatura.

O cabeça-de-lista do Chega informou que estão a decorrer “negociações” entre os partidos que compõem o ID e o ECR, que poderão fazer “aumentar a base de apoio conservadora em que o Chega se insere” no futuro, embora não rejeitando a possibilidade de os dois grupos se juntarem no próximo hemiciclo.

As declarações de Maximilian Krah foram proferidas numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica, divulgada durante o fim de semana. O candidato admitiu que “nunca diria que alguém que usasse um uniforme das [Schutzstaffel] SS é automaticamente um criminoso”. Uma referência ao romancista alemão Günter Grass, que admitiu tardiamente ter-se alistado nas Waffen-SS quando era adolescente. “Eu acho que se deveria avaliar se alguém é culpado caso a caso“, disse.

As declarações não agradaram os aliados franceses. O diretor da campanha de Jordan Bardella, o cabeça-de-lista e presidente do RN, assumiu na terça-feira ao “Libération” a separação do eixo franco-alemão da extrema-direita: “Não nos sentaremos mais com eles no decorrer do próximo mandato”, afirmou Alexandre Loubet.

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