Menos rodovia e licenciamento mais célere, a receita para um legado de energia ‘limpa’

A necessidade urgente de investir na ferrovia e de capacitar as entidades que licenciam projetos de energia renovável centraram o debate sobre a solidariedade intergeracional na Advocatus Summit.

Portugal tem “feito caminho” nas renováveis, mas para ser solidário com as próximas gerações, tem de reduzir a dependência do transporte rodoviário e acelerar o licenciamento de projetos.

Este foram duas prioridades apontadas por Ivone Rocha, sócia coordenadora da área de Energia e Recursos Naturais da TELLES, e Luísa Schmidt, socióloga, investigadora e membro do W-G for sustainable development no EEAC – European Environment and Sustainable Development Advisory Council, na 7.ª edição da Advocatus Summit, num painel sobre a “solidariedade intergeracional energética”.

“A urgência é enorme porque é justamente o setor rodoviário de que nós estamos tão dependentes que é o principal emissor, até porque temos feito caminho noutras áreas da indústria, a produção de renováveis”, afirmou Luísa Schmidt.

Ivone Rocha, sócia da TELLES, Luísa Schmidt, socióloga, investigadora e membro do W-G for sustainable development no EEAC, e Shrikesh Laxmidas, diretor do ECOHugo Amaral/ECO

“Tivemos muitos anos em que não investimos o suficiente, nem os mínimos naquilo que são os transportes públicos eficientes e limpos, ou seja, comboio e metro”, acrescentou, salientando que Portugal é o país que menos utiliza transportes públicos na UE.

Schmidt diz que apesar dos avanços na energia eólica, Portugal investe ainda pouco no solar. Os projetos solares descentralizados, nos telhados, representam uma solução apresentada por comunidades energéticas que estão surgir de forma crescente no país.

Ivone Rocha apontou que apesar de Portugal estar dotado de regulação adequada para projetos de transição energética, a implementação é lenta, devido à falta de competências.

“A norma tem que ser aceleradora e promotora da mudança, nunca bloqueadora. O licenciamento deve ser célere e simples, mais transparente e mais fácil de ser aceite pela generalidade das pessoas”.

“Nas comunidades energéticas, temos uma boa legislação, mas o que temos é uma fraca implementação. Porquê? Porque as entidades carecem de ser dotadas de meios humanos e de eficiência“, explicou. “Mais importante do que Simplex, ou tão importante quanto o Simplex, é a dotação de competências e recursos humanos”.

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