Empresas firmes no investimento em renováveis apesar da conjuntura
Direção-Geral de Energia e Geologia, a sociedade Pérez Llorca e a empresa Chint afirmam que as empresas mantêm uma aposta forte nas renováveis, apesar de condições de mercado menos favoráveis.
Numa altura em que os preços baixos da eletricidade no mercado grossista têm preocupado o setor, o investimento em energias renováveis mantém-se firme, com confiança sobretudo no médio a longo prazo.
O líder da Direção Geral da Energia e Geologia, Jerónimo Cunha, garantiu que “para já, não se verifica ainda uma redução no investimento” em projetos de energias renováveis, na sequência do novo contexto de preços mais baixos, que se tem vindo a verificar este ano. “Temos uma carteira de projetos, quer em licenciamento, quer em construção, quer já em testes, bastante grande. Eu diria que esses projetos vão ver a luz do dia. Sem dúvida”, afirmou, no painel “Energias Renováveis: desafios e oportunidades de investimento”, na Advocatus Summit.
Numa visão menos otimista, Gonçalo Capela Godinho, managing partner da Pérez-Llorca, afere que “a concretização desse tipo de metas [de renováveis, já delineadas] só é possível com um conjunto de condições positivas a funcionar. Aquilo que nós temos é exatamente o oposto“. Aponta um custo de desenvolvimento de projetos “desafiador”, atendendo às elevadas taxas de juro, inflação e disrupções na cadeia de abastecimento. “Eu considero verdadeiramente que [as empresas] estão a fazer tudo o que conseguem fazer, estão a ir para além daquilo que seria realista”, rematou.
Em representação da Chint Solar Iberia & ItalyChint, a senior counsel Ana Oliveira Rocha, acredita que os investimentos da empresa deverão ser favorecidos por uma conjuntura melhor no futuro. “Nós pretendemos não só consolidar o nosso investimento, como desenvolvê-lo ainda mais“, garante. O armazenamento é uma tecnologia na qual a Chint também está a apostar de forma a colmatar eventuais oscilações no retorno.
Confrontado com os apelos que surgem dentro do setor para que o desenho do mercado grossista seja repensado, Carlos Vaz de Almeida, sócio da Pérez-Llorca, considera esta “uma resposta demasiado simplista“, classificando o atual modelo como “a melhor solução de todas”. “É mais prudente, em vez de se estar focado exclusivamente nesse ponto, adotar um conjunto de medidas muito mais alargado”, defende.
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