Empresários que voltam a trabalhar por conta de outrem têm perda salarial de 18%

  • Lusa
  • 31 Maio 2024

Os empresários que voltam a trabalhar por conta de outrem sofrem perdas salariais significativas e persistentes em comparação com os que nunca foram empresários.

Os empresários que voltem a trabalhar por conta de outrem sofrem uma perda salarial imediata de 18%, situando-se em 5% a longo prazo, segundo uma análise destacada hoje pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados constam de um estudo assinado pelos economistas Attila Gyetvai, Nasir Hossein Dad, Nicholas Kozeniauskas e Eugene Tan, publicado na revista de estudo económicos do BdP, em abril, e destacado hoje pelo regulador bancário.

O estudo, cujas conclusões não vinculam a instituição liderada por Mário Centeno, conclui que “os empresários que voltam a trabalhar por conta de outrem sofrem perdas salariais significativas e persistentes em comparação com os que nunca foram empresários“.

Segundo os economistas, a perda salarial imediata para os empresários em Portugal que voltem a trabalhar por conta de outrem é de 18%, situando-se em 5% a longo prazo, sendo que “uma experiência empresarial mais longa está igualmente associada a perdas mais persistentes“.

Os empresários com cinco e dez anos de experiência que voltam a trabalhar por conta de outrem sofrem uma perda salarial superior à dos que têm apenas um ano de experiência em três e seis pontos percentuais (p.p.), respetivamente.

O estudo conclui ainda que as perdas são mais significativas para os indivíduos com maior instrução, já que os empresários que voltam a trabalhar por conta de outrem e não têm habilitações ao nível do ensino secundário atingem, no prazo de 10 anos, o nível salarial dos que nunca foram empresários, enquanto os que completaram o ensino secundário ou o ensino superior apenas vão consegui-lo após 14 anos.

Os economistas consideram que “a desvalorização aquando da saída da atividade empresarial constitui uma barreira adicional ao exercício da mesma”, sugerindo que políticas que permitam ultrapassar este impacto podem “melhorar a afetação de recursos, reforçar o ambiente empresarial dinamizando as empresas e, em última análise, promover o crescimento económico”.

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