Alojamento local, rent-a-car e restauração chamados a juntarem-se a poupança de água no Algarve
100 empreendimentos turísticos do Algarve juntaram-se à iniciativa Save Water desde março. O Governo chama também o alojamento local, rent-a-car e restauração a juntarem-se ao esforço.
O Algarve mantém o estado de alerta por motivo de seca que foi decretado no final de 2023, embora as medidas de contingência tenham algum alívio, de acordo com as decisões do Conselho de Ministros que foram publicadas esta sexta-feira. No entanto, no caso do turismo, a iniciativa dedicada a aumentar a eficiência do uso de água vai ser alargada: além dos empreendimentos turísticos, também o alojamento local, as empresas de aluguer automóvel, animação turística e restauração vão ter de atestar a redução do consumo de água.
No setor do turismo, desde 18 de março que a ação para a poupança de água no Algarve tem um nome: Selo de Eficiência Hídrica Save Water. Este selo é atribuído no momento em que os empreendimentos turísticos subscrevem um Compromisso com a Eficiência Hídrica, do qual deverão constar 30 medidas para uma melhor gestão e poupança da água. Estas devem ser aplicadas até ao final do ano, faseadamente. No processo, as empresas passam a ter de monitorizar os consumos e registar o respetivo progresso.
“Vimos com muito agrado outros subsetores da atividade do turismo a virem ter connosco”, no sentido de se juntarem à iniciativa, indica o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, em declarações ao ECO/Capital Verde. Era o caso do alojamento local, que tem mais de 4.000 registos na região, mas também das empresas de aluguer automóvel e da restauração e que agora, de acordo com a resolução de Conselho de Ministros, se devem poder juntar à equação, assim como a animação turística, já que a medida vai alargar o respetivo âmbito, no sentido de acolher estes novos participantes. É-lhes pedido que “atestem a efetiva redução do consumo de água e o compromisso das empresas com a implementação de medidas de eficiência hídrica”, lê-se na resolução.
Dos 600 empreendimentos que o Turismo do Algarve tem registados, 100 já aderiram a esta iniciativa, de acordo com o Turismo do Algarve, e o peso “sobe” se se notar que estes 100 aderentes representam 30% do total de camas na região. “Em dois meses, creio ser um número interessante”, avalia André Gomes. Loulé, Portimão e Lagoa são os municípios com mais adesão.
Em termos genéricos, quer em abril quer em maio, deu-se uma redução efetiva do consumo urbano [turismo e residencial].
As medidas mais escolhidas para aplicação foram melhorias através de dispositivos (cabeças de chuveiro, redutores de caudal para as torneiras), a diminuição dos volumes de rega e atuar nos “equipamentos”, que inclui a suspensão do funcionamento de lagos e fontes ornamentais, num âmbito mais imediato, e a adoção de máquinas de lavar a roupa e loiça mais eficientes, numa ótica mais estrutural.
“Em termos genéricos, quer em abril quer em maio, deu-se uma redução efetiva do consumo urbano [turismo e residencial]”, garante o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes. A medida é coordenada pela Região de Turismo do Algarve, em articulação com o Instituto do Turismo de Portugal, e com a ADENE – Agência para a Energia, sendo esta última a entidade que assegura a monitorização dos consumos.
Entretanto, a associação turística continua a divulgação do selo, e não só: dispõe de 10 milhões de euros, fundos do Turismo de Portugal, para atribuir a empreendimentos que decidam avançar com obras estruturais no âmbito de eficiência hídrica.
No que diz respeito ao restante documento, a resolução reitera muitas das medidas que já estavam em vigor, sendo que a maior alteração — anunciada no passado mês de maio — é o alívio nos cortes ao consumo. O atual Governo reduziu os cortes, apoiando-se num cenário melhor do que o esperado, embora ressalve que vai fazer nova monitorização em agosto. A agricultura terá de reduzir o consumo para 13% (em vez dos anteriores 25%), assim como o turismo (cujo corte era de 15%), e no setor doméstico a restrição baixa de 15% para os 10%.
Há, contudo, três municípios que, uma vez que já haviam reduzido os respetivos consumos e 2023, têm como referência para os cortes não esse ano mas sim a média dos volumes consumidos em 2022 e 2023. São eles Olhão, Lagoa e São Brás de Alportel.
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