Como estão os clientes a mudar a relação com os seguros
A digitalização, a localização dos clientes e as preocupações com a fraude cibernética estão a mudar a relação dos clientes com as seguradoras e mediadoras, avaliam os especialistas do setor.
Perante uma sociedade em acelerada transformação, os clientes estão a mudar a relação com os seguros, seja pela digitalização, pela localização ou preocupações com fraude cibernética. O desafio para as seguradoras e mediadoras passa por fornecer produtos e soluções centrados no cliente.
“O paradigma mudou. Já não é o foco no produto, mas sim na relação com o cliente”, ilustrou a diretora comercial da mediadora April, no segundo dia do Fórum Nacional de Seguros, que está a decorrer na Alfândega do Porto. Mónica Nicolau ressalva que “esta relação com o cliente implica investimentos grandes, plataformas digitais e um grande know-how das equipas”.
A responsável comercial da April, que é a segunda maior corretora francesa com um volume de negócios de 630 milhões de euros e 15 mil mediadores associados, assinalou que “o consumidor de seguros mudou e as seguradoras têm de se adaptar a esta realidade“, essencialmente devido ao mundo digital.
Com os ciberataques a tornarem-se cada vez mais frequentes e uma ameaça para as empresas, durante a mesma conferência na cidade Invicta, o porta-voz da Innovarisk chamou à atenção para a necessidade de as empresas se protegerem a si e aos seus clientes através de seguros como o Cyber.
“As pessoas estão conscientes de que existem os hackers e que atacam os sistemas, mas ninguém sabe como funciona uma apólice de cyber”, afirma Rui Ferraz, diretor comercial da Innovarisk, explicando que este tipo de seguros servem para “defender a empresa e os clientes quando os funcionários carregam num link que não devem”.
“As pessoas estão conscientes de que existem os hackers e que atacam os sistemas, mas ninguém sabe como funciona uma apólice de cyber.
Rui Ferraz, diretor comercial da Innovarisk, considera que “os seguros (de pacote) não estão adaptados à realidade do cliente e à área de negócio porque estão feitos para a generalidade do cliente e não especificamente para um nicho que a companhia não está preparada para trabalhar.
Para a Mudey, uma plataforma portuguesa de mediação de seguros 100% digital, o “ser convencional ou ser digital é a forma como se fazem as coisas, mas não perde a essência do que a mediação tem de extraordinário, que é a relação e a proximidade com o cliente”.
Ana Teixeira, cofundadora e CEO da Mudey, considerou que, apesar de a plataforma ser totalmente digitais, “não se perde a relação com o cliente”. Pelo contrário, acrescentou, consegue ter “uma proximidade muito grande com o cliente e uma maior agilidade”.
A CEO da Mudey considerou que, mesmo sem presença física, a “proximidade deve ser suportada e sustentada em tecnologia e digitalização”. Ana Teixeira insistiu que a “presença física do mediador é muito importante e valorizada pelo cliente, mas não significa que esse mediador convencional não use ferramentas inovadoras e tecnológicas para prestar o serviço ao cliente”.
Ao contrário da Mudey, a SegUp, mediadora multimarca sediada em Braga e que se tornou corretora de seguros, tem a ambição de estar presente em todas as capitais de distrito. Com presença em Braga, Barcelos, Famalicão, Póvoa de Lanhoso e Lisboa, pretende impulsionar a estratégia de expansão nacional.
“Tentamos sempre marcar presença física nas zonas geográficas onde temos alguma representatividade de mediação e para dar apoio e valor aos nossos clientes e mediadores”, afirmou o diretor comercial da SegUp no segundo dia do Fórum Nacional de Seguros.
Durante o painel realizado esta manhã, Diogo Oliveira salientou ainda que “os clientes são muito diferentes em função da região”. Exemplificando que há localidades onde a empresa consegue “trabalhar mais o digital”, enquanto noutras geografias, em regra mais pequenas e envelhecidas, os clientes preferem o contacto físico.
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