Otimizar recursos: o segredo do sucesso das startups
Da ideia à startup é um caminho comprido e... de números, garante Daniel Vila Boa, fundador e CEO da Chilltime.
Otimizar recursos é um dos segredos mais importantes para o sucesso das startups. A garantia é de Daniel Vila Boa, fundador e CEO da Chilltime que, em entrevista ao ECO, explica ao detalhe o que já aprendeu a empreender.
Como é que uma ideia cresce para uma startup?
As startups são normalmente constituídas por equipas pequenas, pelo que há dois fatores importantes para criar um negócio de sucesso: aprender a otimizar os recursos que tem à disposição e focar-se em construir as métricas-chave.
Já que as startups são inovadoras por natureza, é importante estar preparado para a turbulência e dinâmicas próprias de quando se constrói algo novo.
Para maximizar o impacto da sua startup utilizando a menor quantidade de recursos possível, revela-se útil priorizar as ideias que criam mais impacto com o mínimo esforço. Desta forma, é possível iterar mais rapidamente e absorver os efeitos das novas ideias que não funcionam tão bem.
Na prática, e assumindo que os pilares fundamentais da startup estão assegurados (um bom Produto/Mercado/Equipa), definir um sistema interno de objetivos (a serem atingidos nos próximos dois ou três meses) e os respetivos prazos é uma boa maneira de garantir que não se perde o foco, contribuindo para alcançar as métricas-chave da empresa. Imprima esses objetivos e exponha-os, quer os atinja ou não.
Isto vai permitir que a equipa esteja mais focada e atenta às suas próprias decisões, e vai também possibilitar novas aprendizagens que melhorarão decisões futuras.
O que dita o sucesso de uma startup?
O pilar fundamental para o sucesso de uma startup é um bom enquadramento do Produto/Mercado/Equipa.
O produto que está a criar deve ser algo que as pessoas genuinamente precisam ou querem. A fidelização e indicação de clientes são duas métricas-chave para percecionar efetivamente a qualidade do produto. Se não consegue convencer as pessoas a continuar a utilizar o produto, esse deve passar a ser o seu foco: continue a iterar, mude de estratégia ou invista o seu tempo numa outra ideia.
O mercado a que se dirige deve ser grande o suficiente para que consiga crescer, mas ter obstáculos pequenos o suficiente para conseguir lançar-se. Em termos práticos, para o futuro próximo, o custo de adquirir utilizadores deve ser inferior à sua receita por cliente.
Por último, mas não menos importante, a sua equipa deve ter a capacidade de encontrar ótimas soluções para problemas e deve também conseguir executar eficazmente essas ideias. Na prática, tente constituir uma equipa com as seguintes pessoas-chave: alguém com um conhecimento técnico profundo (“hacker”), um “business developer/deal maker” (“hustler”) e uma “product person” (designer).
O que diria ao CEO de uma startup recente? Qual é o melhor conselho que lhe pode dar?
Que seja apaixonado pelo que faz. Ser um empreendedor é difícil, requer um grande compromisso e muita dedicação. Haverá momentos altos e momentos baixos, e ser apaixonado pelo que faz vai ajudá-lo a absorver o impacto dos pontos baixos e a manter-se focado na sua missão durante os pontos altos. Se a sua motivação é sobretudo financeira, de reconhecimento ou fama, vai ser difícil manter-se firme depois de o derrubarem, e vai ser ainda mais difícil manter os pés assentes na terra.
Como mencionado anteriormente, uma boa maneira de garantir que não se perde o foco é definir um sistema interno de objetivos (a serem atingidos nos próximos dois, três meses) e os respetivos prazos, contribuindo para um melhor alcance das métricas-chave da empresa. Imprima esses objetivos e exponha-os num sítio visível, independentemente de os ter alcançado com sucesso ou não, no prazo estipulado ou fora do prazo. Tal permite que a equipa esteja mais focada e consciente das suas decisões, ao mesmo tempo que aprende e melhora a sua tomada de decisões no futuro.
Por último, gira a sua empresa como se houvesse uma equipa vizinha a trabalhar exatamente no mesmo problema, mas que está a trabalhar mais, mais tempo e de forma mais inteligente. Porque a realidade é que essas empresas existem e já podem ter ultrapassado a sua startup.
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