Air France mantém interesse na TAP apesar de quebra nos resultados
A vontade da companhia aérea franco-neerlandesa em participar numa venda da TAP não esmoreceu apesar do contexto difícil para o setor, afirma o CEO.
O CEO do grupo Air France-KLM rejeitou esta quinta-feira que a quebra nos resultados no segundo trimestre, período marcado por “um ambiente cada vez mais difícil para a aviação”, diminua o interesse da companhia aérea franco-neerlandesa na privatização da TAP.
“Do ponto de vista estratégico é interessante para nós“, afirmou Benjamin Smith, na conferência telefónica realizada após a apresentação das contas, sobre a privatização da TAP, que o Governo pretende relançar.
“Os detalhes do que o novo Governo quererá fazer ainda não são públicos. Dependendo do que forem as condições e o preço, estaremos em melhor posição para nos pronunciarmos. De um ponto de vista estratégico é um cenário que pode definitivamente encaixar com um crescimento da nossa rede, se as condições forem as certas“, acrescentou o CEO.
A Air France-KLM apresentou esta quinta-feira lucros operacionais de 513 milhões de euros, menos 30% face ao período homólogo, ficando também aquém das expectativas dos analistas que previam uma cifra de 547 milhões de euros.
“O segundo trimestre de 2024 confirmou um ambiente cada vez mais difícil para a aviação, com o aumento dos preços dos combustíveis e uma pressão contínua sobre os custos”, refere Benjamin Smith, CEO da companhia aérea, em comunicado.
O grupo franco-holandês atribui o aumento dos custos a vários fatores, incluindo os acordos laborais que resultaram em aumentos salariais tanto na Air France como na KLM, bem como as tarifas mais elevadas nos aeroportos de Amesterdão e de Paris.
Em resposta a esta situação, a empresa anunciou uma redução de custos, que incluem um congelamento de contratações para pessoal de apoio, cortes nas despesas de marketing e uma redução de 20% nos custos discricionários para o resto do ano.
Apesar dos desafios, as receitas da Air France-KLM cresceram 4,3% para 7,95 mil milhões de euros no segundo trimestre. No entanto, a empresa reviu em baixa as suas previsões anuais de capacidade, esperando agora um aumento de 4% em vez dos 5% anteriormente estimados.
Adicionalmente, a companhia prevê que os custos unitários aumentem 2% em 2024, uma revisão em alta face à estimativa anterior de 1% a 2%.
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