BCE recusa substituir a Euribor. Responsabilidade é da banca

A entidade liderada por Mario Draghi não vai rever ou substituir a taxa de juro, insistindo que quem deve assumir esse papel é a banca, diz fonte do BCE.

O Banco Central Europeu (BCE) não vai rever ou substituir a Euribor, insistindo que a liderança desse processo deve ser assumida pelo setor financeiro. Quem o diz é um responsável da Zona Euro próximo do processo citada pela Bloomberg.

Este alerta surge depois de os bancos terem dito no início de maio que “não é exequível” mudar a Euribor, um anúncio que aconteceu após a realização de um teste a um método alternativo para o seu cálculo, com base em transações efetivas.

A necessidade de encontrar uma alternativa para a Euribor, ou para o seu cálculo, vem no seguimento dos receios em torno da fiabilidade dessa taxa que serve de referência para mais de 161 biliões de euros anuais de financiamento interbancário na Europa. Preocupações que surgiram após a retirada de bancos do painel que define a taxa no seguimento do escândalo relacionado com a manipulação da Libor, e que ditou o equivalente a cerca de nove mil milhões de euros em multas.

O BCE reconhece as falhas do mecanismo, mas não irá assumir um papel ativo na busca por uma solução para a Euribor, afirmou a fonte citada pela Bloomberg. Quando contactada pela agência de notícias, fonte oficial do BCE declinou fazer qualquer comentário a esse propósito.

O mesmo responsável europeu disse ainda que os bancos deveriam tomar mais cuidados no que respeita aos riscos legais associados à utilização da Euribor em contratos de hipotecas e de derivados. Este destacou em particular a relevância do futuro da Euribor para os casos de Portugal e Espanha, onde essa taxa serve de referência para a maioria dos contratos de crédito à habitação. Qualquer alteração neste índice poderia tornar-se um desafio para os devedores desses empréstimos, especialmente no caso de as taxas de juro subirem, alertou anda.

Atualmente o painel que determina a Euribor é composto por 20 instituições financeiras, abaixo das 44 que se verificam em 2012. Num relatório de 2013, o BIS — o banco central dos Bancos Centrais — sugeriu que os bancos centrais “poderiam envolver-se de forma mais ativa na produção de taxas de referência”, papel que tudo indica o BCE parece não querer desempenhar.

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