Christine Lagarde alerta que “a incerteza ainda não desapareceu”
A presidente do BCE renovou a sua expectativa de que a inflação cairá para 2% em 2025, mas salientou o ambiente económico ainda incerto que continua a pairar sobre a Zona Euro.
Numa palestra realizada esta sexta-feira no Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), abordou os desafios e incertezas que os bancos centrais enfrentam num mundo em rápida transformação.
Lagarde destacou o sucesso recente do BCE no combate à inflação, afirmando que “a inflação deverá regressar aos 2% no segundo semestre de 2025”.
A presidente do BCE sublinhou a notável redução da inflação, que atingiu um pico de 10,6% em outubro de 2022 e agora está em 2,2%, mas também alertou que “a incerteza não desapareceu”, enfatizando que a economia está a passar por transformações cujo impacto precisa de ser mais bem compreendido e continuamente analisado.
Ao longo do seu discurso, Lagarde traçou paralelos entre as décadas de 1920 e 2020, destacando dois fenómenos: a fragmentação global e o rápido progresso tecnológico
Lagarde argumentou que estas mudanças afetam a transmissão da política monetária de forma diferente hoje em comparação com o que sucedia há século. “O desafio que enfrentamos hoje não é sobre os nossos objetivos, que se provaram bem-sucedidos, nem sobre as nossas ferramentas, que são suficientemente flexíveis, mas sim sobre a transmissão monetária que será afetada por mudanças estruturais”, explicou.
Focando a atenção nos próximos anos, Lagarde enfatizou a necessidade de flexibilidade e adaptação. “Devemos estar prontos para a mudança e preparados para usar a flexibilidade dos nossos quadros conforme necessário para garantir a estabilidade futura”, afirmou.
A presidente do BCE anunciou ainda que o BCE realizará uma revisão estratégica em 2025, focando-se em dois aspetos principais:
- Avaliação dos fatores cíclicos e estruturais que moldam o ambiente económico no mundo pós-pandemia.
- Revisão das lições aprendidas com os períodos de inflação baixa e alta, e a experiência com o papel evolutivo dos instrumentos no conjunto de ferramentas políticas.
Lagarde concluiu com uma promessa de abertura e auto-exame por parte do BCE: “Usaremos a nossa melhor análise, estaremos abertos a críticas, examinaremos a pertinência e adequação do que fazemos para que, com essa análise, experiência e conhecimento, quando a mudança ocorrer, estejamos prontos”.
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