Maria Luís Albuquerque clarifica declaração de interesses após pedido de eurodeputados
Comissária europeia indigitada por Portugal, clarificou o seu trabalho na gestora de fundos Horizon e a detenção de uma empresa com o marido na sua declaração de interesses.
A comissária europeia indigitada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, clarificou o seu trabalho na gestora de fundos Horizon e a detenção de uma empresa com o marido na sua declaração de interesses, após ter sido questionada pelos eurodeputados da Comissão dos Assuntos Jurídicos (JURI).
A informação consta da resposta de Maria Luís Albuquerque a uma carta da Comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu, a que a agência Lusa teve esta quarta-feira acesso, na qual a antiga ministra das Finanças e nomeada para a pasta de Serviços Financeiros e para a União da Poupança e dos Investimentos salienta não ter “interesses financeiros” que possam ser declarados ou dar origem a um conflito de interesses e que nem ela nem a sua família direta possuem “quaisquer obrigações, ações ou outros ativos ou passivos”, além de uma casa para residência ou de edifícios herdados.
Na missiva agora enviada aos eurodeputados, a responsável esclarece o seu trabalho com a gestora portuguesa de fundos Horizon Equity Partners, bem como sobre a propriedade de uma empresa com o marido através da qual prestou serviços.
A declaração indica agora que, entre 28 de dezembro de 2023 e 29 de agosto de 2024, no âmbito da atividade com a Horizon, Maria Luís Albuquerque foi membro do Conselho de Administração de uma sociedade, a HRRL Açores, criada para gerir as participações na Euroscut Azores.
“Deixei o cargo quando fui anunciada como nomeada por Portugal para o colégio de comissários”, garante no documento a que a Lusa teve acesso.
Além disso, refere a antiga governante, “o segundo esclarecimento salienta que a empresa através da qual desempenhei as tarefas acima referidas é propriedade minha e do meu marido”, precisando ainda que tal empresa “está a ser encerrada” por já não desempenhar tais tarefas.
As clarificações surgem depois de, no início deste mês, a comissão parlamentar dos Assuntos Jurídicos ter pedido mais informações em conformidade com o código de conduta dos membros do futuro colégio de comissários.
Cabe à assembleia europeia decidir se aprova ou não o nome de Maria Luís Albuquerque e do restante colégio de comissários proposto e liderado por Ursula von der Leyen, que irá cumprir um novo mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia.
Em meados de setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a pasta dos Serviços Financeiros e da União da Poupança e do Investimento para a comissária nomeada por Portugal, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.
Na altura, Von der Leyen falou numa pasta “vital para completar a União do Mercado de Capitais e para garantir que o investimento privado potencie a produtividade e inovação” europeia.
Nas declarações aos jornalistas, a líder do executivo comunitário vincou na ocasião que a antiga governante portuguesa “será excelente nessa pasta porque tem uma vasta experiência como ministra das Finanças, mas também uma enorme experiência no setor privado”, ao ter passado por instituições financeiras como a Morgan Stanley e a Arrow Global.
Isso mesmo ficou explícito na carta de missão, na qual a presidente da Comissão Europeia pediu à comissária portuguesa indigitada que use a sua experiência para “desbloquear montante substancial de investimento” para União Europeia.
Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.
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