FMI vê com bons olhos plataforma para o malparado
A banca está melhor, mas o malparado continua a ser um problema. O FMI diz que a plataforma para resolver os créditos em incumprimento pode ser boa, mas é preciso reforçar modelos de negócio.
A banca portuguesa está melhor. Os aumentos de capital reforçaram o setor, o processo de desalavancagem continua, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para problema do malparado. A criação de uma plataforma que permitirá a resolução mais rápida dos empréstimos em incumprimento é “importante”, ainda que não resolva todos os problemas. O FMI defende que o setor tem de reforçar o seu modelo de negócio, nomeadamente através de mais cortes de custos.
“Os bancos portugueses estão líquidos e continuam a fazer progressos no processo de desalavancagem”, referem as conclusões preliminares do FMI da mais recente missão ao abrigo do Artigo IV realizada entre 19 e 29 de junho. “No entanto, enfrentam vários desafios, incluindo a fraca qualidade dos ativos, baixa rentabilidade e almofadas limitadas”, remata.
“O total de crédito malparado encolheu em 0,3 pontos percentuais em 2016 para 17,2% do total dos créditos, com a debilidade da qualidade dos ativos a estar concentrada no setor empresarial”, nota o FMI, salientando que “é precisa a limpeza do balanço dos bancos e uma redução da dívida empresarial”.
O FMI nota que esta limpeza de balanços, com especial foco no malparado das empresas, “deverá incluir um plano credível de todo o setor para reconhecer, reestrutura e vender estes ativos“. “A plataforma que está a ser desenvolvida pelos bancos com apoio das autoridades é uma iniciativa importante que deverá facilitar os esforços do setor”, nota. O Governo já apresentou os seus planos aos bancos.
De acordo com o fundo liderado por Christine Lagarde, “estes esforços terão de ser suportados por um fortalecimento dos modelos de negócio dos bancos e por um aumento da rentabilidade, incluindo mais cortes de custos”. “Os bancos precisarão também de implementar novos modelos de provisões bem como de constituir almofadas de capital adicionais“, remata.
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