Montepio faz aumento de capital de 250 milhões “para acabar com as dúvidas”

Montepio Geral aumenta capital em 250 milhões de euros." É para acabar com as dúvidas", afirma José Félix Morgado ao ECO. E a Santa Casa está mais próxima de ser acionista do banco.

A Caixa Económica Montepio Geral realizou um aumento de capital de 250 milhões de euros, totalmente subscrito pelo único acionista, a Associação Mutualista, “para acabar com as dúvidas”, afirmou José Félix Morgado ao ECO. O presidente executivo do banco revela que este reforço “responde não só às exigências do regulador, como também às recomendações“, o que permitirá elevar os rácios de capital da Caixa Económica para “o nível dos demais bancos do sistema com melhores rácios de capital”.

Esta operação é em primeiro lugar resultado direto do SREP (do inglês, Supervisory Review and Evaluation Process), uma avaliação especifica do Banco de Portugal tendo em conta as condições de cada banco. Em março, Morgado afirmava que tinha um plano b para evitar um aumento de capital, com quatro ordens de medidas. “As medidas continuam a avançar e logo que estejam concluídas, permitirão um novo buffer de capital do banco”, sinaliza o presidente executivo. Entre elas estão a desalavancagem da exposição aos bancos que tem em Moçambique (Banco Terra) e em Angola (Finibanco Angola), o cumprimento do plano de venda de imobiliário e a venda de ativos NPL (Non Performance Loans).

Com esta operação de 250 milhões de euros, refere o banco em comunicado ao mercado, “os rácios Commom Equity Tier 1 (CET1) e Capital total, em base phased-in e com referência ao final do mês de março de 2017 e em base proforma, situar-se-iam em 12,1% e 12,6%, respetivamente, representando, em ambos os casos, aumentos de 196 pb face aos rácios reportados naquela data, posicionando a CEMG como uma das instituições financeiras com melhores rácios do sistema”.

Não por acaso, esta comunicação ao mercado surge pouco mais de 30 minutos depois da Associação Mutualista – a dona a 100% da Caixa Económica – assinar um acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, liderada por Santana Lopes. Neste acordo, está explicitamente prevista “a possibilidade de uma participação da SCML na CEMG”.

Questionado pelo ECO, José Félix Morgado reconhece que “é importante ter um parceiro forte da economia social, que reforça a cultura e a missão da Caixa Económica e a sua dimensão social”.

Ainda esta semana, Santana Lopes tinha afirmado que a mera entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no Montepio é “muito pouco” ou “nada” aliciante. Mas veria com bons olhos a construção de um verdadeiro banco da economia social, o que exigiria tempo. Este aumento de capital dá precisamente esse tempo a Santana Lopes e a Tomás Correia, porque, agora, o Montepio já tem as almofadas de capital acima das exigidas pelo Banco de Portugal.

 

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