Medina: “Sou contra a proposta do PS sobre alojamento local”

Fernando Medina, candidato do PS à Câmara de Lisboa diz que é contra a proposta do partido sobre o alojamento local.

Em entrevista ao Expresso, publicada na edição deste sábado, o presidente da Câmara de Lisboa que esta segunda-feira admitiu que vai ser candidato às autárquicas, referiu que a proposta do PS sobre alojamento local: “é um erro”.

Medina adiantou ainda que “fui contra e sou contra”. Para o presidente da autarquia “essa proposta é um erro. Não resolve o problema, introduz conflitualidade e tem um pendor de injustiça social grande”.

"Essa proposta é um erro. Não resolve o problema, introduz conflitualidade e tem um pendor de injustiça social grande”

Em causa está a proposta do PS que previa que os vizinhos pudessem decidir sobre o alojamento local nos prédios em que habitam.

Para Medina a medida “iria atingir a classe média e os cidadãos individuais, que ficam sujeitos ao escrutínio do condomínio. E iria dirigir a procura para os investidores que têm capacidade de comprar um prédio inteiro”.

Sobre eventuais correções ao modelo atual, Medina defende que têm que ser criados mecanismos de responsabilização efetiva dos proprietários relativamente a questões como o lixo e o ruído. Assim como “tem que que haver uma contribuição adicional significativa, para os condomínios, de quem tem alojamento local“, acrescenta.

Sem responder à questão se Lisboa tem ou não turistas a mais, o presidente da maior cidade do país referiu: “tem de haver uma estratégia de adaptação ao turismo, com a consciência clara de que ele deve crescer de forma sustentável”.

"Tem de haver uma estratégia de adaptação ao turismo, com a consciência clara de que ele deve crescer de forma sustentável”

Sobre os efeitos do ‘boom turístico’ o presidente de Lisboa adiantou que: “há aspetos que suscitam apreensão, como o impacto na utilização de infraestruturas da cidade. Nos transportes, por exemplo. Também na habitação. E no comércio”.

"Não prometo mudanças rápidas na Carris”

Acerca dos transportes, Fernando Medina não se compromete e refere que: “não prometo mudanças rápidas na Carris“. Medina diz mesmo que isso seria demagógico. “Com o nível de degradação a que chegou, não é possível recuperar a empresa de um momento para o outro“.

Ainda assim rematou: “No meio ou no final do próximo mandato [que termina em 2021], haverá o reconhecimento de que a Carris funciona bem melhor do que hoje”.