Subida dos preços vai puxar pela construção de casas novas
Os preços das casas devem subir 4% nos próximos 12 meses devido à escassez de oferta. Os operadores do setor imobiliário acreditam que esse contexto pode impulsionar a nova construção.
Os preços das casas não param de subir em Portugal. E tudo indica que essa tendência se deverá manter ao longo dos próximos anos. A escassez de imóveis disponíveis no mercado deverá ditar essa tendência, podendo criar ainda uma janela de oportunidade para o segmento da construção de novas casas. Esta é uma das conclusões possíveis de retirar do último inquérito do mensal de confiança realizado pelo Confidencial Imobiliário (Ci) e pelo RICS, junto de operadores do setor imobiliário.
De acordo com o último Portuguese Housing Market Survey, relativo a maio, os preços das casas deverão aumentar 4%, em média, nos próximos 12 meses. Uma taxa de crescimento que poderá aumentar para uma média anual de 5% ao longo dos próximos cinco anos, tendo em conta as respostas dos 150 operadores sondados neste inquérito, que afirmam que a escassez de oferta de habitação continua a ser um dos principais fatores a influenciar o aumento dos preços, num cenário em que a procura não para de crescer.
“Para os agentes inquiridos, a escassez da oferta é a principal restrição à sua atividade e também o principal fator que está a determinar a evolução dos preços. Esta situação deverá dominar as tendências nos próximos meses”, explica Ricardo Guimarães, Diretor da Ci. O mesmo responsável refere ainda que a tendência de subida dos preços dos imóveis já não é exclusiva às principais cidades, chegando também ao resto do território nacional, uma circunstância que “poderá induzir um ponto de viragem no mercado“. Ricardo Guimarães acredita que “este contexto pode impulsionar o desenvolvimento e o financiamento de novas casas, reduzindo assim o desajustamento entre a oferta e a procura.
De salientar que o atual boom de vendas de casas tem sido alimentado sobretudo pelas transações do segmento de usados. Os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que nos primeiros três meses deste ano, o número de casas vendidas atingiu um nível recorde em Portugal. No total, foram transacionados 35.178 imóveis nesse período, o nível mais elevado do histórico do INE que remonta ao início de 2009, e uma subida de perto de 20% face ao total de vendas realizadas no mesmo período de 2016.
Desse total, contudo, apenas 16% se tratavam de casas novas. Esta realidade é bastante distinta face ao que acontecia antes da crise que atingiu o setor imobiliário. No primeiro trimestre de 2010, 38% das transações efetuadas correspondiam a casas novas. Contudo, Ricardo Guimarães salienta que essa recuperação do desenvolvimento e financiamento de casas novas “vai demorar a acontecer”.
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