Novobanco lucra 610,4 milhões de euros até setembro, menos 4,4% que no ano passado
Banco lucrou 610,4 milhões de euros até setembro, montante que caiu 4,4% face ao ano passado devido à constituição de provisões no segundo trimestre. Receitas de comissões aumentaram mais de 10%.
Os lucros do Novobanco no período de janeiro a setembro atingiram 610,4 milhões de euros, revelou a instituição esta quinta-feira num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM).
O montante é inferior em 4,4% ao registado nos mesmos nove meses de 2023, quebra que o banco justifica com a constituição de 30 milhões de euros em provisões no segundo trimestre “para o processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação” em curso.
Sem essa provisão, os lucros teriam ficado “em linha com o período homólogo”, com um crescimento marginal de 0,3%, explica a empresa. Os resultados revelam também uma subida da margem financeira e das receitas com comissões.
Citado no comunicado difundido através da CMVM o presidente executivo do Novobanco, Mark Bourke, destaca os resultados obtidos: “A disciplina na nossa estratégia e o foco no suporte às famílias e empresas portuguesas são os pilares da nossa robusta performance comercial e da consistente criação de capital.”
“Continuamos a crescer no negócio e a expandir a nossa atividade, além de incrementar a eficiência das nossas operações”, acrescenta o gestor irlandês.
Receita com juros sobe 6,6%
Apesar da quebra nos lucros, a margem financeira subiu 6,6% nos nove meses até setembro, alcançando 886,3 milhões de euros “beneficiando da gestão equilibrada das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento, apesar do atual contexto de descida das taxas de juro”, explica o banco em comunicado.
Já as comissões cresceram 10,7% e totalizaram 240,4 milhões no mesmo período, melhoria que o Novobanco justifica com “o desempenho do franchising da instituição com uma base de clientes crescente e pela dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamento”.
No período, o produto bancário comercial do Novobanco cresceu 7,5% e atingiu 1.126,7 milhões, “decorrente do bom desempenho da atividade comercial”, apesar da descida dos juros, “e da concretização das iniciativas estratégicas e do sucesso do modelo de negócio”.
Depósitos crescem, crédito volta a estagnar
Com mais de 37,6 mil milhões de euros em recursos dos clientes, o montante total de depósitos dos clientes no Novobanco no final de setembro era de 29,57 mil milhões, mais 4,7% do que no final de dezembro passado, segundo a informação reportada esta quinta-feira pela empresa.
Enquanto isso, o stock de crédito a particulares avançou 0,4%, para 11,7 mil milhões, em linha com o crescimento de 0,4% no crédito a empresas, cujo montante total aproximou-se de 13,9 mil milhões.
Quanto aos níveis de capitais do Novobanco, o comunicado destaca que o rácio CET 1 fully loaded no final de setembro de 2024 aumentou 255 pontos base face a dezembro de 2023, para 20,7%, “suportado por uma sólida performance financeira”.
Ademais, numa altura em que se perspetiva a venda do banco por parte dos americanos da Lone Star, os capitais próprios, indicador frequentemente usado em transações, ficaram muito próximos dos 5 mil milhões de euros (4.995 milhões).
Número de trabalhadores continua a subir
A 30 de setembro, o banco detido pelo fundo Lone Star contava com 4.249 trabalhadores, informa a instituição em comunicado ao mercado. São mais 40 pessoas do que no final de 2023, ano marcado pela inversão na tendência de corte no quadro de pessoal, após a reestruturação do banco nos últimos anos ter conduzido à saída de mais de 3.000 trabalhadores entre 2015 e 2022.
Segundo o banco, os custos com pessoal agravaram-se 8,3% nos nove meses até setembro, em comparação com igual período do ano anterior. No total, os custos operativos do Novobanco até setembro agravaram-se 7,7% face ao período homólogo, para 365,8 milhões de euros.
Neste momento, o Novobanco e o Fundo de Resolução estão a negociar o fim antecipado do mecanismo de capital contingente, criado em 2017 aquando da venda ao fundo americano e que só termina no final do próximo ano, num passo que abrirá a porta dos dividendos e da venda, algo que se espera que aconteça na primeira metade do próximo ano. Como noticiou o ECO este mês, o banco pode vir a render 250 milhões de euros em dividendos ao Estado após o fim do acordo.
(Notícia atualizada pela última vez às 7h54)
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