Despedimentos coletivos sobem 44% entre agosto e setembro
Foram comunicados 36 despedimentos coletivos em setembro, mais 11 do que há um mês. Comércio, indústria e turismo são setores mais afetados. Despedidos até setembro superam total de 2023.
Apesar de o desemprego estar estável e próximo de mínimos históricos há vários meses, há sinais a merecer atenção no mercado de trabalho nacional. Um deles é o aumento dos despedimentos coletivos. Só em setembro, foram comunicados 36 processos deste tipo, mais 11 do que no mês anterior. Ou seja, o equivalente a um salto de 44%, segundo as contas do ECO.
De acordo com os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), depois de terem aumentado em junho e julho, os despedimentos coletivos recuaram em agosto. Mas em setembro a tendência voltou a inverter-se, como mostra o gráfico abaixo.
Despedimentos coletivos agravam-se em cadeia
Fonte: DGERT
Assim, no último mês do terceiro trimestre, foram comunicados 36 processos, mais 11 do que no mês anterior, o equivalente a um aumento de 44%.
Desse total, a maioria dos despedimentos coletivos foram feitos por microempresas (33%) e pequenas empresas (53%), como já vem sendo hábito. Em comparação, as médias empresas foram responsáveis por 6% dos despedimentos coletivos de setembro e as grandes empresas por 8%.
Já no que diz respeito à distribuição por setor de atividade, o comércio destacou-se, com 28% dos despedimentos coletivos de setembro a serem registados nesta área da economia. Também em realce estiveram as indústrias transformadoras (14%) e o alojamento, restauração e similares (14%).
Não é de estranhar, já que os economistas ouvidos pelo ECO têm argumentado que o aumento dos despedimentos coletivos que se tem registado ao longo deste ano está ligado ao abrandamento das economias e ao impacto das exportações e no consumo, o que afeta particularmente os setores destacados acima.
Ainda assim, a ministra do Trabalho já disse considerar que o aumento dos despedimentos coletivos é preocupante, sendo que o Governo vai estar atento à evolução nos próximos meses.
Mais de quatro mil já despedidos
Até setembro, foram despedidos 4.473 trabalhadores ao abrigo de despedimentos coletivos, mostram os dados da DGERT. São mais do que os 3.622 registados em todo o ano de 2023. Também os trabalhadores a despedir, no quadro de processos deste tipo, superam os verificados no conjunto do último ano (4.756 contra 3.819).
Olhando só para setembro, foram despedidos 544 trabalhadores, dos quais 186 por médias empresas, 143 por grandes empresas, 119 por pequenas empresas e 96 por microempresas. As indústrias transformadoras destacam-se, com quase 150 trabalhadores efetivamente despedidos.
Já no que diz respeito aos fundamentos para esses despedimentos coletivos, cerca de metade dos empregadores apontam a redução de pessoal (46% ou 248 dos trabalhadores efetivamente despedidos). Em contraste, 29% dos despedimentos (158 trabalhadores) tiveram como motivo o encerramento definitivo, e 25% o encerramento de uma ou várias secções (138 trabalhadores).
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