Simulações. Pensão de 600 euros sobe 23 euros em janeiro com inflação e extra proposto pelo PS

Pensões vão ter dois aumentos em janeiro: uma atualização até 2,6% por efeito da inflação e do crescimento económico e uma atualização extra de 1,25 pontos percentuais aprovada pelo Parlamento.

Janeiro de 2025 promete trazer dois aumentos aos pensionistas portugueses. Por um lado, terão atualizações de até 2,6% por efeito da inflação e do crescimento económico. Por outro, um extra de 1,25 pontos percentuais, que foi proposto pelo PS e aprovado pelo Parlamento à revelia do Governo. As contas feitas pelo ECO mostram que uma reforma de 600 euros subirá em torno de 23 euros por mês com ambos os reforços.

Comecemos pelo aumento que é ditado pela inflação e o crescimento económico. Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou os dados (provisórios) relativos à evolução dos preços em novembro, o que permite já calcular que atualizações deverão ser aplicadas às pensões, por esta via, em janeiro.

Para as reformas até 1.045 euros o aumento normal deverá ser de 2,6%, enquanto para as pensões entre 1.045 e 3.135 euros deverá ser de 2,1%. Já para as pensões mais elevadas, acima de 3.135 euros, a atualização normal deverá ser de 1,85%.

Contudo, no Parlamento, uma maioria negativa aprovou um aumento extraordinário das pensões, por proposta do PS, que se irá somar a essas atualizações. Assim, para as reformas até cerca de 1.500 euros, além da subida proporcionada pela inflação e pelo crescimento económico, haverá um aumento de 1,25 pontos percentuais.

Ou seja, as pensões até 1.045 euros terão, no total, um aumento de 3,9% em janeiro; as pensões entre 1.045 e 1.567,5 euros terão uma subida total de 3,35%; as reformas entre 1.567,5 e 3.135 euros terão um reforço de 2,1%; e as pensões acima de 3.135 euros terão um acréscimo total de 1,85%.

Mas vamos a casos concretos. Uma reforma de 600 euros teria uma subida de 15,6 euros só pela inflação e pelo crescimento económico. Porém, com o bónus proposto pelo PS, irá crescer 23,4 euros em janeiro. Ou seja, aumentará mais 7,8 euros do que se só fosse aplicada a fórmula legal.

Já no caso de uma pensão de mil euros, janeiro trará uma subida total de 39 euros: destes, 26 euros são resultantes da inflação e do crescimento económico, enquanto 13 euros resultam do aumento extraordinário aprovado no Parlamento.

Também as reformas de 1.500 euros beneficiarão deste duplo reforço. Neste caso, o aumento total previsto é de cerca de 50 euros, dos quais 31,5 euros de aumento normal e 18,75 euros de subida extraordinária.

Já uma pensão de dois mil euros não terá direito ao extra proposto pelo PS. Neste caso, aplica-se a atualização normal de 2,1%, o que significa que o ganho mensal será de 42 euros.

Noutra situação está quem ganha, por exemplo, quatro mil euros de reforma. Neste caso, a atualização normal será de 1,85%, o que se traduzirá em mais 74 euros na carteira do pensionista por mês.

Estes valores são brutos, pois todos os meses os pensionistas veem retida uma parte da sua reforma em sede de IRS. Esses descontos dependem, contudo, das tabelas de retenção na fonte que irão vigorar no próximo ano, que o Governo ainda não publicou, impedindo o cálculo dos valores líquidos.

Também importa ressalvar que os dados divulgados nesta sexta-feira relativos à inflação são provisórios e só serão confirmados a 11 de dezembro. Poderão, nessa altura, ser revistos, o que implicaria atualizações normais das pensões diferentes das agora calculadas nestas simulações.

No entanto, é possível confirmar o que o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sublinhou esta quinta-feira, à saída do Conselho de Ministros: a subida mais robusta das pensões resultará da inflação e do crescimento económico, e não do extra proposto pelo PS.

Os pensionistas poderão ainda ter outra boa notícia no ano que vem. O Parlamento aprovou, também no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, uma proposta do PSD e do CDS que abre a porta a que, em cima destes aumentos, recebam também um suplemento, pago uma única vez e até 200 euros, caso haja margem orçamental para isso, à semelhança do que aconteceu este ano.

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