OPEP+ prolonga cortes na produção até março de 2025
Face à situação sombria, os principais produtores decidiram prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia "até março de 2025".
A aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, decidiu esta quinta-feira prolongar por três meses os cortes de produção acordados por oito países membros para apoiar os preços do petróleo, e reintroduzi-los mais lentamente a partir de abril.
Face à situação sombria, o cartel decidiu prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia “até março de 2025”, anunciou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) num comunicado.
Os cortes — adotados no ano passado — serão depois “progressivamente eliminados até ao final de setembro de 2026”, acrescentou a organização.
No rescaldo da decisão, o Brent está a valorizar 0,61%, para 72,75 dólares. Do outro lado do Atlântico, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,51%, para 68,89 dólares por barril.
A decisão foi adotada numa teleconferência pelos ministros do setor dos oito “petro-Estados” que em 2023 se comprometeram a aplicar reduções voluntárias e adicionais das suas produções às já acordadas com os restantes membros da aliança, informou a OPEP no comunicado.
A nota faz alusão ao total de 2,2 milhões de barris por dia que a Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã retiraram do mercado há um ano e que pretendiam retomar gradualmente a partir de 1 de janeiro.
“Estes países irão prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia, anunciados em novembro de 2023, até ao final de março de 2025 e, em seguida, (…) eliminá-los gradualmente numa base mensal até ao final de setembro de 2026”, explica a OPEP+.
Já em junho passado o cartel tinha acordado um plano para abrir as torneiras mês a mês, inicialmente a partir de outubro de 2024.
No entanto, perante a pressão descendente sobre os preços do petróleo devido ao enfraquecimento da procura na China e ao aumento da oferta nos EUA, o grupo adiou por duas vezes a entrada em vigor do pacto.
Agora, voltam a adiá-lo, até 1 de abril, e prolongam também de 12 para 18 meses o período em que esperam devolver totalmente o volume de barris retirados, de modo a que os aumentos mensais – inicialmente de 180.000 barris por dia por mês – sejam mais modestos.
De qualquer forma, esta decisão pode ser revertida ou adiada novamente se os ministros considerarem que o mercado não está preparado para absorver mais barris.
A reunião desta quinta-feira teve lugar no âmbito da conferência ministerial da OPEP+, onde foi acordado prolongar por mais um ano, até ao final de 2026, o resto dos cortes acordados por 19 dos 22 países membros da aliança, num total de 3,66 milhões de barris por dia.
Com isso, a quota total da produção combinada dos 19 países permanecerá em 39,725 milhões de barris por dia — cerca de 39% da oferta mundial de petróleo — até 31 de dezembro de 2026.
Alguns parceiros da OPEP, como a Venezuela, o Irão e a Líbia, estão isentos do compromisso de reduzir as suas retiradas devido a restrições involuntárias da sua atividade petrolífera devido a várias causas, como sanções ou conflitos armados.
“A reunião foi realizada para reforçar os esforços de precaução dos países da OPEP+, com o objetivo de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos”, afirmam os ministros no comunicado.
Os ministros sublinham que, com a decisão desta quinta-feira, mantêm a sua “abordagem cautelosa, pró-ativa e preventiva” na definição das suas políticas petrolíferas. A próxima conferência ministerial da OPEP+ foi convocada para 28 de maio de 2025.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h47)
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